Para entender o controle social na saúde
Ano de publicação: 2013
Ao longo dos anos, a participação da sociedade
no setor Saúde passou por processos de mudanças
complexos, que resultaram em um sistema de
controle social cada vez mais qualificado, deliberativo,
independente e representativo. A democratização
das políticas de saúde é exemplo de um dos avanços
viabilizados pela existência do controle social.
Os conselhos de saúde e as conferências de saúde
se constituem, atualmente, nos principais espaços
para o exercício da participação e do controle social
na implantação e na implementação das políticas
de saúde em todas as esferas de governo. Atuando
como mecanismos essencialmente democráticos,
através deles, a sociedade se organiza para a efetiva
proteção da saúde como direito de todos e dever
do Estado. A amplitude do campo de atuação dos
conselhos de saúde, além de valiosa, é extensa. Como
exemplo, a instituição dos conselhos de saúde atende à
exigência legal estabelecida para o repasse de recursos
financeiros, estaduais ou federais, ao setor Saúde. Sua
atuação e variedade de competências fazem com que,
hoje em dia, todos os municípios brasileiros disponham
de um conselho de saúde.
A importância e o valor que os conselhos e as
conferências de saúde representam para a sociedade
brasileira deram origem a esse manual. Ele surge com
o objetivo de atender a necessidade de qualificação
constante, dinâmica e progressiva de todos os sujeitos
Para entender o controle social na saúde
envolvidos no exercício do controle social na saúde
no país. Além disso, o manual nasce com o intuito de
difundir conhecimentos, de ser uma ferramenta útil
ao intercâmbio de ideias e de experiências entre os
diversos conselhos municipais e estaduais existentes
no país e de fornecer informações atualizadas sobre o
controle social na saúde à sociedade brasileira.
Esperamos que a sua leitura resulte em processos de
aperfeiçoamento e de inovação, assim como provoque o
fortalecimento, ainda maior, dos conselhos municipais,
Estaduais e do Conselho Nacional de Saúde (CNS).
Acreditamos que, pela via de um controle social cada
vez mais eficaz e efetivo, a formulação, a fiscalização
e a deliberação das políticas de saúde serão sempre
desenvolvidas sob o pilar da democratização, da gestão
e da qualidade da prestação dos serviços de saúde.
Este manual é composto por seis partes. A primeira
delas apresenta aspectos relacionados à história
dos Conselhos de Saúde no Brasil; por ela, é possível
conhecer fatos que marcaram desafios e conquistas
da sociedade brasileira no campo da política social. Na
segunda parte, intitulada “Entenda o Controle Social”,
são expostos conteúdos essenciais para a compreensão
do funcionamento do controle social na saúde, tais como
as características fundamentais dos Conselhos de Saúde
e os princípios básicos para criação e estruturação de
um conselho de saúde. A terceira parte, “Competências
dos conselhos de saúde”, apresenta as atribuições dos
conselhos. A quarta parte é dedicada ao Conselho
Nacional de Saúde (CNS). Composição, estrutura de
funcionamento, comissões, canais de comunicação
e procedimentos internos para exame e apuração de
denúncias e indícios de irregularidades (Resolução nº
447, de 15 de setembro de 2011) são descritos. Na quinta
parte, é possível acessar as questões sobre controle
social que mais frequentemente são encaminhadas ao
CNS com suas respectivas respostas. Por fim, na sexta
parte, “O controle social na prática – O que é preciso
saber”, vamos conhecer como podem ser concretizadas
e efetivadas as atividades dos conselheiros, pela
descrição de algumas de suas atribuições. Anexo ao
manual, estão o ofício emitido pelo Conselho Nacional
do Ministério Público (CNMP) – nº 355/2011/GAB/LM
–,sobre a contribuição do Ministério Público ao pleno
exercício de suas funções nas Conferências Nacionais
de Saúde e nos conselhos de saúde; a Resolução nº 447,
de 15 de setembro de 2011, pela qual são estabelecidas
diretrizes e normas para apresentação de denúncias ao
CNS; orientações para elaboração de atas de reunião,
resoluções, recomendações e moções; e relação de
contatos das Secretarias do Ministério da Saúde, da
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e da
Agência Nacional de Saúde (ANS).