Caravana nacional em defesa do SUS: relatório final

Ano de publicação: 2011

Além de princípios fundamentais como a universalidade e a integralidade, o Sistema Único de Saúde (SUS) encerra uma característica única e sem precedentes em nenhum país do mundo, que é a democratização plena do Sistema por meio da participação das pessoas, de forma deliberativa, nos conselhos de saúde das três esferas de governo. Além disso, as conferências de saúde e as plenárias de conselhos de saúde constituem espaços privilegiados de intervenção das pessoas, a partir da avaliação dos serviços e da apresentação de propostas que busquem a solução para os problemas diagnosticados. Mesmo com todas essas possibilidades valiosas que já fazem parte da realidade e do cotidiano dos que participam diretamente da construção do SUS, o Conselho Nacional de Saúde (CNS) resolveu realizar um evento capaz de congregar outros atores, além daqueles formalmente contemplados pelos segmentos que compõem os conselhos e as conferências de saúde. A proposta foi aglutinar pessoas que não têm uma participação mais orgânica e sistemática na avaliação e no debate do Sistema, mas que são absolutamente necessárias e fundamentais ao processo de fortalecimento do SUS. Apresentada como uma proposta inovadora e desafiadora, a Caravana em Defesa do SUS despertou, inicialmente e naturalmente, dúvidas e receios. Como inovarmos em relação às conferências, sem sermos repetitivos e previsíveis? À medida que começou a avançar pelos estados da Federação, no entanto, foi-se consolidando o entendimento do acerto que significou a sua realização. Eventos que chegaram a reunir mais de três mil pessoas, com a mais absoluta liberdade e disposição de construir coletivamente os caminhos necessários ao fortalecimento do SUS, repercutiram de maneira positiva, produtiva e propositiva. O sentimento que conseguiu despertar nas pessoas, de corresponsabilidade e participação coletiva, nos motiva a inserir a Caravana no calendário oficial do controle social do SUS.

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