O planejamento familiar e a mortalidade materna por aborto
Family planning and maternal mortality for abortion
La planificación familiar y la mortalidad materna por aborto
Rev. baiana saúde pública; 43 (Supl. 1), 2019
Ano de publicação: 2019
A mortalidade materna é considerada um excelente indicador de saúde, não apenas da mulher, mas da população como um todo. No Brasil, a morte materna configura-se como um problema de saúde pública. Segundo o Ministério da Saúde, as altas taxas de mortalidade materna compõem um quadro de violação dos direitos humanos de mulheres e de crianças, atingindo desigualmente aquelas das classes sociais com menor ingresso e acesso aos bens sociais nas várias regiões brasileiras. O planejamento familiar, quando oferecido de forma contínua e prolongada, pode contribuir para a redução do número de gestações indesejadas, de abortos ilegais e da mortalidade materna. Trata-se de estudo de revisão sistemática de literatura do tipo exploratória com abordagem qualitativa. Após a leitura seletiva das referências, teve início a fase analítica. Realizou-se o grupamento em duas categorias temáticas, a seguir discriminadas: (1) o homem no planejamento familiar; (2) contracepção pós-abortamento e redes de cuidado. No que tange ao aborto, a participação masculina é de extrema relevância, pois a não aceitação da gravidez ou o abandono do parceiro são alguns dos motivos que levam a mulher ao aborto provocado. O cuidado integral à saúde da mulher em situações de abortamento deve incluir, além do tratamento de emergência, o acesso universal ao planejamento reprodutivo, inclusive orientações para as mulheres que desejam uma nova gestação.
Maternal mortality is considered an excellent indicator of health, not only for women but also for the population as a whole. In Brazil, maternal death is a public health problem. According to the Ministry of Health, the high rates of maternal mortality constitute a framework of violation of human rights for women and children, unequally affecting those of the lower income classes and with less access to social assets in various Brazilian regions. Family planning, when provided on a continuous and protracted basis, can contribute to reducing the number of unwanted pregnancies and illegal abortions as well as maternal mortality rates. This is a systematic review of literature with a qualitative approach and exploratory nature. After selective reading of the references, the analytical phase began. The data were grouped into two thematic categories, as follows: (1) The man in family planning; (2) Post-abortion contraception and care networks. Regarding abortion, male participation is extremely relevant, and non-acceptance of pregnancy as well as partner abandonment were some of the reasons that lead women to abortion. Comprehensive care for women’s health in abortion situations should include universal access to reproductive planning and guidelines for women seeking a new pregnancy, in addition to emergency treatment.
La mortalidad materna se considera un excelente indicador de salud no solo de la mujer, sino de la población como un todo. En Brasil, la muerte materna se configura como un problema de salud pública. Según el Ministerio de Salud, las altas tasas de mortalidad materna componen un cuadro de violación a los derechos humanos de mujeres y de niños, alcanzando desigualmente las clases sociales con menor ingresos y acceso a los bienes sociales, en las distintas regiones brasileñas. La planificación familiar, cuando se ofrece de forma continua y prolongada, puede contribuir a la reducción del número de embarazos no deseados y abortos ilegales, y de la mortalidad materna. Se trata de un estudio de revisión sistemática de literatura de tipo exploratorio, con abordaje cualitativo. Después de la lectura selectiva de las referencias, se inició la fase analítica.