Imagem cardiovascular na COVID-19
Cardiovascular imaging in COVID-19
Rev. Soc. Cardiol. Estado de Säo Paulo; 30 (4), 2020
Ano de publicação: 2020
Desde os primeiros relatos da infecção por um novo coronavírus, o SARS-CoV-2 (Severe Acute Respiratory Syndrome Coronavirus 2), a doença conhecida como Co-vid-19 disseminou-se rapidamente em todo o mundo e foi declarada pandemia pela Organização Mundial da Saúde. No Brasil, a doença vem progredindo rapidamente, com grande número de infectados e mortes. Embora a infecção pelo SARS-CoV-2 possa ser assintomática e apresentar taxa de letalidade baixa na população saudá-vel, os indivíduos com morbidades cardiovasculares e cardiopatia prévia têm taxa de mortalidade significativamente maior. Por outro lado, apesar de o mecanismo exato da lesão miocárdica na Covid-19 não estar totalmente esclarecido, os pa-cientes que no decorrer do curso da doença devolvem lesão miocárdica aguda, caracterizada pela elevação de troponina e novas alterações eletrocardiográficas, podem exibir mortalidade cerca de cinco vezes maior que os indivíduos sem lesão miocárdica. A investigação do remodelamento miocárdico em pacientes infectados pelo SARS-CoV-2 por métodos de imagem não invasivos pode trazer importantes informações a respeito da gravidade da lesão miocárdica mediada pelo Covid-19, com potencias implicações terapêuticas. Tanto o ecocardiograma quanto a resso-nância magnética cardíaca são ferramentas úteis na investigação do remodelamento e do acometimento miocárdico da Covid-19. Nesta revisão discutimos as principais evidências sobre a utilidade dos métodos de imagem do sistema cardiovascular na infecção pelo novo coronavírus.