Fatores psicossociais e aspectos comportamentais dos pacientes com doenças cardiovasculares e/ou orais interferem na maior ou menor motivação à adesão e ao cumprimento das recomendações médicas e odontológicas para cuidados essenciais de saúde, tais como tomar os devidos medicamentos, manter o autocultivo diário dos bons hábitos, cumprir atividades salutogênicas orientadas que reverberem bem-estar e saúde, desde simples ações como tomar um pouco de sol diariamente até ações mais elaboradas como incluir disciplina e, por exemplo, mais dedicação aos ritmos diários, atividades físicas e maior atenção ao autocuidado e ao padrão comportamental. Nessa perspectiva, a saúde do indivíduo inclui sua capacidade de ação e de adaptação resiliente em resposta aos estímulos que recebe do meio em que vive e se relaciona. Consideramos a vida em sociedade, as trocas afetivas, culturais e atividades em grupo importantes pilares para promoção de saúde porque geram movimento e estímulo a mudanças comportamentais. A relação multiprofissional entre cardiologista e equipe interdisciplinar antroposófica é um essencial aporte tanto dentro de distintas áreas da saúde e afins, como dentro da mesma profissão no caso entre a odontologia hospitalar e a odontologia antroposófica. O bom trabalho técnico-profissional com equipe interdis-ciplinar, usando linguagens apropriadas sob visão sistêmica, busca promover um vínculo profissional para considerar a totalidade do ser humano que existe por detrás daquele paciente que vem em busca de cura; a quem, todavia, deve-se perguntar se existe real e sincero propósito de se curar. Os fatores que mantêm as pessoas com maior gestão sobre seu bem-estar geram, em grande escala, reflexo positivo ao coletivo. Não existe saúde social sem saúde individual.