Inatividade física em médicos residentes e os efeitos da pandemia pelo SARS-COV2
Physical inactivity in medical residents and the effects of the SARS-COV2 pandemic

Rev. Soc. Cardiol. Estado de Säo Paulo; 31 (supl. 2B), 2021
Ano de publicação: 2021

INTRODUÇÃO:

A atividade física regular demonstra ter diversos benefícios no ser humano. Há evidências que corroboram seus benefícios em situações clínicas como doenças Cardiovasculares, Diabetes, alguns tipos de câncer, distúrbios psiquiátricos e na mortalidade total. Tanto a Organização Mundial de Saúde, quanto o American College of Sports Medicine, a American Heart Association e a Sociedade Brasileira de Cardiologia recomendam 150 minutos de atividade física moderada por semana, ou 75 minutos de atividade física intensa, ou a combinação de ambos. Dessa forma, esse estudo transversal visou avaliar a prevalência de Inatividade física na População de Médicos Residentes (MR) em um Hospital Terciário, em São Paulo, levando também em consideração se houve algum impacto da Pandemia pelo Sars-CoV-2 na prática de atividade física.

Materiais e MÉTODOS:

Os MR foram expostos a questionário com convite feito através de encontros pessoais e pela internet. Devido a pandemia pelo Sars-Cov-2 e as medidas de isolamento para controle da transmissão da doença, julgou-se a internet como melhor forma para adquirir os dados. Foi feito um questionário anônimo pelos Formulários Google e este foi entregue pessoalmente, pelo aplicativo Whatsapp, ou por email aos MR.

RESULTADOS:

Oitenta e nove MR responderam o questionário. 21 negaram a prática de quaisquer atividades físicas (23,6%). Apesar de 76,4% relatam prática de atividades físicas, apenas 31 (37,3) % do total realizavam exercícios físicos dentro das recomendações semanais, sendo que 27 (32,5%) realizavam > 150 minutos de atividade moderada e 4 (4,8%) mais do que 75 minutos de atividade intensa. Dentre os motivos para não realizer atividades físicas, 13 Médicos Residentes alegaram falta de tempo (14%), 11 (12,3%) cansaço, 12 (13,4%) falta de vontade ou interesse, e 4 (4,4%) disseram ter indisponibilidade de agenda. A pandemia reduziu >20% da frequência de exercícios físicos em 16 (16,4%) MR, > 50% em 22(25,3%), 20(23%) relataram > 80% de redução. 7 (8%) relataram ter cessado a prática. 17 (19,5%) afirmavam manter a mesma prática semanal e 1 (1,1%) relatou aumento da realização da prática de atividades físicas.

CONCLUSÃO:

A prática de atividade física em MR de Cardiologia no hospital estudado está na maioria das vezes aquém das recomendações. Há também impacto das novas medidas da pandemia sobre a prática de exercícios nessa população.

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