Rev. Soc. Cardiol. Estado de Säo Paulo; 31 (supl. 2B), 2021
Ano de publicação: 2021
INTRODUÇÃO:
O acometimento cardíaco provocado após infecção pelo novo coronavírus se apresenta na prática e na literatura mesmo em indivíduos hígidos e sem apresentarem o quadro grave da infecção pelo vírus. A evolução da miocardite nesses casos se dá por perda de função cardíaca transitória ou definitiva refratária ao tratamento, podendo evoluir para insuficiência cardíaca (IC). Neste caso a evolução da doença foge do padrão comum da IC resultante de cardiopatia prévia crônica e degenerativa. Sendo assim, o profissional enfermeiro que presta assistência a este perfil de paciente deve otimizar suas intervenções sobre a nova condição. O indivíduo em aprimoramento de sua autonomia no cenário prático deve contar com adoção de estratégias de ensino alternativas adaptando seu planejamento assistencial nestes casos específicos. Desta maneira o objetivo deste estudo foi identificar os diagnósticos e descrever as intervenções de enfermagem no paciente com miocardite pós COVID. MÉTODO:
Trata de um relato de experiência sobre o estudo dirigido desenvolvido durante o Programa de Residência Multiprofissional em Saúde Cardiovascular de uma Instituição de referência em Cardiologia da cidade de São Paulo. Neste cenário, o estudo dirigido foi desenvolvido como estratégia de ensino alternativo para o desenvolvimento da autonomia no processo ensino aprendizado. As etapas percorridas para construção do estudo dirigido foram:
escolha do tema; objetivo do estudo; cronograma contemplando tempo de preparo, agendamento de reuniões para apresentação de resultados; fontes de informação e bibliografia básica; conhecimento dos critérios de avaliação no alcance dos objetivos traçados. RESULTADOS:
Neste estudo os diagnósticos de enfermagem (DE) prioritários identificados foram o conhecimento deficiente e o volume de líquidos excessivos tendo como respectivas intervenções as orientações farmacológicas e não farmacológicas, restrição hídrica, dieta hipossódica, monitoramento do peso corporal, avaliação da fadiga, atividade física orientada em fase de reabilitação cardiovascular e conhecimento da terapia medicamentosa conforme a Nursing Interventions Classification no domínio de Educação em Saúde. CONCLUSÃO:
A aplicação da estratégia do estudo dirigido possibilitou em tempo de pandemia identificar DEs e propor intervenções de Enfermagem, contribuindo para o autocuidado e evitando a descompensação cardíaca. Viabilizou ainda o desenvolvimento da autonomia na construção do conhecimento e atuação profissional no processo de ensino aprendizagem junto ao preceptor.