Arq. bras. cardiol; 116 (4 supl. 1), 2021
Ano de publicação: 2021
INTRODUÇÃO:
A doença arterial coronária (DAC) é a principal causa de morbidade e mortalidade entre os pacientes portadores de diabetes mellitus (DM). Observa-se um crescimento considerável na realização de intervenção coronária percutânea (ICP) nesta população. OBJETIVO:
Traçar o perfil clínico- epidemiológico-angiográfico e os principais detalhes associados à ICP dos pacientes portadores de DM. MÉTODOS:
3.868 pacientes portadores de DM foram submetidos a ICP entre 2015 e 2020, no Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, correspondendo a 34,6% dos 11.167 dos casos tratados, incluídos de forma sequencial e prospectiva. Não houve critérios de exclusão. Os resultados clínicos foram restritos à fase hospitalar. RESULTADOS:
A maioria (63%) eram do sexo masculino, com idade média de 64 anos. Do total de pacientes, 92% eram hipertensos, 77% dislipidêmicos, 21% com doença renal crônica, 23% ex-tabagistas, 2% apresentaram AVC prévio, 3% portadores de doença valvar prévia. A ICP prévia foi realizada em 16,7%, enquanto 35% apresentaram infarto prévio. A cinecoronariografia identificou:
61,8% eram multiarteriais, dos quais 1,32% exibiam lesões não protegidas do tronco da coronária esquerda. A minoria (49%) apresentavam disfunção ventricular significativa. Stents farmacológicos foram utilizados em 97,2% dos casos. O sucesso angiográfico e clínico, obtiveram sucesso em 74% e 87%, respectivamente. A mortalidade e o infarto ocorreram abaixo de 6% dos casos. Discussão:
É cada vez mais prevalente o número de pacientes portadores de DM submetidos à ICP. Historicamente, essa população apresenta pior prognóstico quando comparada aos não diabéticos. Na presente série de pacientes, a ICP mostrou-se eficaz em controlar os sintomas, já que houve sucesso clínico em 87%. Em comparação à população geral, os pacientes portadores de DM submetidos a procedimentos de revascularização percutânea apresentam mais frequentemente doença difusa. CONCLUSÃO:
Nessa população, observa-se que os pacientes portadores de DM constituíram a minoria dos pacientes tratados; a doença multiarterial grave foi o achado predominante; os stents farmacológicos foram implantados quase em todos os casos e os sucessos angiográfico e clínico apresentaram-se elevados.