Tratamento percutâneo/vascular para coartação da aorta associada à aneurismas
Percutaneous/vascular treatment for aortic coarctation associated with aneurysms

Rev. arg. cardioangiol. interv; 12 (3), 2021
Ano de publicação: 2021

INTRODUÇÃO:

As coartações da aorta (CoAo) associadas a aneurismas representam um grande desafio terapêutico, especialmente nos casos que ambas lesões envolvem os vasos supra-aórticos.

OBJETIVOS:

Apresentar uma série de casos em que o tratamento da coartação da aorta e dos aneurismas foi realizado com técnicas associadas de cirurgia vascular, endovascular e percutânea.

MÉTODOS:

Realizado estudo retrospectivo descritivo incluindo os pacientes submetidos ao tratamento da coartação da aorta com aneurismas associados que necessitaram do uso combinado de intervenções vasculares entre 2012 e 2020. A partir do prontuário médico foram obtidos dados demográficos e dados clínicos basais, manometrias, dados angiográficos, dispositivos, técnicas cirúrgicas e percutâneas empregadas e complicações imediatas.

RESULTADOS:

No período estudado, 5 pacientes (4 mulheres) com mediana de idade de 29 anos (16-68) e de peso de 60 kg (54-89) foram submetidos a aortoplastia combinada ao uso de técnicas vasculares para o tratamento de aneurisma relacionado à CoAo. Três deles receberam tratamento com endoprótese e os outros dois foram submetidos a derivações cirúrgicas carotídeo-subclávias prévias à aortoplastia. As endopróteses utilizadas foram VALIANT® ou GORE-TAG®. Em 2 pacientes foram implantados stents convencionais no local coartado no interior da endoprótese para aumentar a força radial e ampliar efetivamente o vaso. Os pacientes que realizaram a derivação carotídeo-subclávia apresentavam aneurismas próximos à emergência da artéria subclávia esquerda (ASCE). Um deles tinha histórico de três abordagens prévias na região da CoAo, a última delas com implante de stent convencional evoluindo com dois aneurismas associados ao stent. O implante do stent coberto (CP COVERED®) foi realizado 2 dias após a cirurgia. No outro caso, tratava-se de CoAo nativa com aneurisma e hipoplasia do arco aórtico. Foi optado pela derivação carotídeo-ASCE com PTFE nº6 e aortoplastia com stent coberto cinco dias após a cirurgia vascular. Os tratamentos foram bem-sucedidos em todos os cinco casos sem complicações imediatas relacionadas ao procedimento.

CONCLUSÃO:

O manejo da coartação da aorta com aneurismas próximos aos vasos supra-aórticos é desafiador e requer uma análise criteriosa, individualizada e detalhada. O envolvimento de múltiplas equipes e técnicas aumenta o arsenal terapêutico e consequentemente a chance de sucesso no tratamento. A combinação entre intervenções percutâneas e vasculares é um exemplo de interdisciplinaridade que possibilita a abordagem minimamente invasiva para casos complexos. Os principais candidatos são aqueles com recoartação e aneurismas de grandes dimensões ou com comprometimento da ASCE. Em casos bem selecionados, esta combinação parece ser segura e eficaz.

Mais relacionados