Preditores clínicos e ecocardiográficos independentes de reestenose após valvuloplastia mitral percutânea por balão após seguimento de até 24 anos
Clinical and echocardiographic predictors independent of restenosis after valvuloplasty percutaneous mitral valve balloon after follow-up up to 24 years old

J. Transcatheter Interv; 29 (supl. 1), 2021
Ano de publicação: 2021

INTRODUÇÃO:

A estenose da válvula mitral (EM) é uma das doenças cardíacas estruturais mais comuns nos países em desenvolvimento, principalmente devido à doença reumática. A valvoplastia mitral percutânea por balão (VMPB) tem sido, desde sua introdução em 1984, a opção preferencial de tratamento para essa doença. Porém, a reestenose apresenta-se com incidência aproximada de 20%. A pontuação ecocardiográfica do aparelho mitral tem sido a principal ferramenta utilizada para indicar e prever o possível resultado do procedimento. OBJETIVO(s): O objetivo deste estudo foi elucidar os fatores de risco da reestenose valvar mitral em um número significativo de pacientes submetidos à comissurotomia mitral percutânea por balão para tratamento da estenose mitral (EM), principalmente quando secundária à cardiopatia reumática.

MÉTODOS:

Este estudo relata a vasta experiência de uma instituição terciária de alto volume de centro único, onde 1.794 pacientes consecutivos foram tratados com PMBC entre 1987 e 2011. O desfecho primário foi determinar os preditores independentes deste evento adverso, definido como perda de mais de 50% do aumento original na área máxima da válvula (AVM) ou AVM <1,5cm2.

RESULTADOS:

Reestenose valvar mitral foi observada em 26% dos casos (n=483). A média de idade da população foi de 36 anos, sendo a maioria dos pacientes do sexo feminino (87%). A duração média do acompanhamento foi de 4,8 anos. Na análise multivariada, os preditores pré-procedimento independentes de reestenose foram: diâmetro do átrio esquerdo (HR: 1,03, IC 95%: 1,01-1,04, p<0,01), gradiente máximo pré-procedimento (HR: 1,01, IC 95%: 1,00-1,03, p=0,02) e pontuações de Wilkins mais altas (HR: 1,37, IC 95%: 1,13-1,66, p<0,01).

CONCLUSÃO:

No seguimento de muito longo prazo, a reestenose da válvula mitral foi observada em um quarto da população submetida a PMBC. Os achados ecocardiográficos pré-procedimento, incluindo diâmetro do átrio esquerdo, gradiente valvar máximo e altos escores de Wilkins, foram considerados os únicos preditores independentes desse evento deletério.

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