Amplitude das ondas F como preditor de tromboembolismo e de sucesso da cardioversão elétrica em pacientes com fibrilação atrial persistente
F-wave amplitude as a predictor of thromboembolism and success of electrical cardioversion in patients with persistent atrial fibrillation

Arq. bras. cardiol; 117 (6 supl.1), 2021
Ano de publicação: 2021

INTRODUÇÃO:

A fibrilação atrial (FA) é classificada em dois tipos de acordo com a amplitude das ondas fibrilatórias (f) em: FA de ondas finas (FAf) e FA de ondas grossas (FAg).

OBJETIVOS:

Correlacionar a amplitude das ondas f com variáveis clínicas, laboratoriais, eletrocardiográficas e ecocardiográficas que indicam alto risco de tromboembolismo e avaliar o seu impacto no sucesso da cardioversão elétrica (CVE).

MÉTODOS:

Estudo retrospectivo, observacional, no qual 57 pacientes com FA não valvar persistente submetidos a CVE foram avaliados. Aferiu-se a amplitude máxima das ondas f na derivação V1, promovendo classificação em FAg quando f ≥ 1,0 mm e FAf para f ˂ 1,0 mm. Os achados foram correlacionados com as variáveis indicadas.

RESULTADOS:

FAg (n = 35) associou-se a maior sucesso na CVE (94,3% vs 72,7%, p = 0,045; sensibilidade 71,4% e especificidade 62,5%, AUC = 0,74, p = 0,03) mesmo após ajuste para variáveis como idade e IMC (p = 0,026, Exp(B) = 11,8). Pacientes com FAf (n = 22) necessitaram mais choques e maior energia para reversão ao ritmo sinusal (2,6±1,1 vs 1,87±0,9, p = 0,019; 178±55,2 vs 140±40,2J, p = 0,027). Não houve associação significativa entre a amplitude das ondas f e parâmetros clínicos, ecocardiográficos e laboratoriais.

CONCLUSÕES:

A amplitude de f não se associa a parâmetros ecocardiográficos, clínicos e laboratoriais que indicam alto risco de tromboembolismo. FAg associa-se a maior chance de sucesso na reversão ao ritmo sinusal de por meio da CVE. Maior número de choques e energia são necessários para reversão ao ritmo sinusal em pacientes com FAf. Gráfico 1 - Curva ROC da máxima amplitude de f em V1 como preditora de sucesso da CVE. Gráfico 2 – Número máximo de choques aplicados em cada grupo e energia cumulativa necessária para reversão ao ritmo sinusal.

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