Arq. bras. cardiol; 117 (5 supl. 1), 2021
Ano de publicação: 2021
INTRODUÇÃO:
O pseudoaneurisma do ventrículo esquerdo (VE) é uma complicação mecânica rara após o Infarto Agudo do Miocárdio (IAM), especialmente com a evolução das terapias de reperfusão. Sua formação ocorre quando uma ruptura de parede cardíaca é contida por pericárdio adjacente, gerando uma parede frágil composta por tecido cicatricial fibrótico. Está associado à elevada morbimortalidade, sendo o diagnóstico precoce e abordagem cirúrgica fundamental. DESCRIÇÃO DO CASO:
Paciente 58 anos, feminino, hipertensa, diabética, dislipidêmica, hipotiroidea com antecedente de IAMSEST há 2 anos, não revascularizada. Evolui com quadro de dispneia progressiva, na admissão em classe funcional NYHA IV, acompanhado de ortopnéia, e anasarca. Permaneceu internada para compensação de Insuficiência Cardíaca perfil B. No ecocardiograma apresentou uma grande dilatação aneurismática em parede ínfero-lateral, sendo definida como pseudoaneurisma na Ressonância Magnética Cardíaca (RMC), com colo medindo 54 x 37 x 32mm. Coronariografia:
artéria circunflexa (ACx) ocluída em terço médio, demais artérias coronárias normais. Ventriculografia:
discinesia ínfero-lateral, valva mitral com refluxo moderado. Paciente encaminhada para resolução cirúrgica, no momento, assintomática em tratamento clínico otimizado. CONCLUSÕES:
O pseudoaneurisma de VE após o IAM é uma complicação rara frequentemente não tratada devido a seu quadro clínico inespecífico. O ecocardiograma é o ponto de partida para o diagnóstico. No entanto, a RMC é necessária para diferenciar o aneurisma de um pseudoaneurisma sendo o diagnóstico final anátomo-patológico. Em razão do risco elevado de ruptura e tamponamento cardíaco, a correção cirúrgica é o tratamento de escolha, devido à alta tendência de ruptura (30% a 45%) e à chance de morte súbita.