Em São Paulo, os projetos baseados nos princípios de Redução de Danos tiveram início na capital, em 1988, com a pesquisa e intervenção do Projeto Bleach do Centro de Referência e Tratamento de DST/Aids e, com o Projeto de distribuição de seringas e agulhas em Santos, em 1989. A presença de duas psicanalistas neste projeto paulistano pioneiro e, posteriormente, entre 1991 e 1994 no Projeto Prevenção ao Uso Indevido de Drogas e Aids constitui uma rara aproximação, na Saúde Pública, de campos teórico e práticos de caminhos independentes: a Psicanálise e a Redução de Danos. Investigar como esta aproximação pode amplificar as potências destas práticas é um dos principais objetivos deste artigo. Os projetos destacados trazem o compromisso ético com o incremento da autonomia de pessoas que sofreram prejuízos decorrentes de suas complexas condições de vulnerabilidade, amplificadas pelo abuso ou dependência de álcool e outras drogas e justificam a busca de opções, para além da clínica, que possam ganhar potência no cuidado singular e coletivo.