Stent dedicado liberador de sirolimus para o tratamento de lesões de bifurcação coronária: resultados de 9 meses com análise de imagem multimodal e seguimento clínico tardio de 2 anos
Dedicated sirolimus-eluting stent for the treatment of coronary bifurcation lesions: 9-month results with multimodal image analysis and 2-year late clinical follow-up

J. Transcatheter Interv; 30 (supl.1), 2022
Ano de publicação: 2022

INTRODUÇÃO:

As bifurcações coronárias apresentam anatomia singular devido a geometria com diferentes diâmetros em cada segmento do vaso (proximal e ramos distais) e ao formato cônico da parte central (carina) que conecta o segmento proximal com os ramos distais. Os stents dedicados para bifurcação buscam falicitar a intervenção coronária percutânea (ICP) nessas lesões, minimizando os riscos de comprometimento do ramo lateral (RL), e melhorar os resultados clínicos imediatos e tardios. O stent farmacológico liberador de sirolimus BiOSS LIM (Balton, Varsóvia, Polônia) apresenta uma plataforma dedicada para bifurcações com um desenho composto por duas partes (proximal e distal, com diâmetro proximal maior que o distal) conectadas por dois elos localizados na região central do dispositivo que permite melhor adequação do stent à geometria da bifurcação assim como maior abertura e melhor acesso ao RL.

OBJETIVO:

Reportar o desempenho e a eficácia tardia por meio de imagem multimodal do stent dedicado BiOSS LIM no tratamento de lesões de bifurcação coronária.

MÉTODOS:

Um total de 35 pacientes (36 lesões de novo excluindo tronco da coronária esquerda) foram prospectivamente incluídos em um centro único e submetidos à ICP com o stent BiOSS LIM com abordagem provisional. Re-estudo invasivo foi realizado aos 9 meses em todos os pacientes e incluiu análises com métodos de imagem invasivos – ultrassom intracoronário (USIC) e tomografia de coerência óptica (OCT). Seguimento clínico foi realizado até 24 meses.

RESULTADOS:

A média das idades era 59,0±7,2 anos, 26% tinham diabetes, 29% tinham histórico de infarto do miocárdio (IM), e 46% apresentaram-se com síndrome coronária aguda recente (<30dias). A maioria das lesões era localizada na artéria coronária descendente anterior (69%), sendo classificadas como bifurcação verdadeira (Medina 1-1-1, 1-0-1, 0-1-1) em 42%. O stent BiOSS LIM foi implantado com sucesso em todos os casos, e um stent adicional foi implantado no RL em 25%. A pós-dilatação pela técnica POT (“proximal optimization technique”) e o “kissing-balloon” final foram realizados em apenas 36% e 58%, respectivamente; não se observou comprometimento persistente do RL ao final do procedimento. Na fase intra-hospitalar, 01 paciente apresentou IM periprocedimento. No seguimento até 24 meses, 03 pacientes foram submetidos a revascularização da lesão alvo, sendo que não foram reportados eventos adversos adicionais. A Tabela apresenta os resultados dos métodos de imagem.

CONCLUSÕES:

O stent dedicado BiOSS LIM demonstrou elevada taxa de sucesso no tratamento de lesões de bifurcação coronária com abordagem técnica provisional e eficácia tardia na prevenção de hiperplasia neointimal nos diferentes segmentos anatômicos da bifurcação. No seguimento clínico muito tardio, observou-se segurança sustentada e taxa relativamente baixa de recorrências.

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