Arq. bras. cardiol; 119 (1 supl. 1), 2022
Ano de publicação: 2022
FUNDAMENTO:
O teste da caminhada de 6 minutos (TC6) tem sido identificado como o principal teste para a avaliação da capacidade funcional de exercício (CFE), em indivduos com insuficiência cardíaca (IC). Contudo, pouco se sabe sobre a aplicabilidade das equações de referência para o TC6 em pacientes portadores de IC. OBJETIVO:
Explorar o uso de equações de referência para o TC6 em pacientes portadores de IC e sua correlação com a classificação funcional do New York Heart Association (NYHA). Delineamento, MATERIAIS E MÉTODOS: Foi realizado um estudo, transversal, descritivo e analítico, com abordagem quantitativa com pacientes portadores de insuficiência cardíaca atendidos no ambulatório de um Hospital Universitário no período de maio de 2021 a fevereiro de 2022. Foi aplicado inicialmente um questionário. com dados sociodemográficos e dados referentes à condição de saúde e aplicado o questionário de Duke Activity Status Index (DASI). Em seguida foi realizado o teste da caminhada dos 6 minutos (TC6) duas vezes e o melhor teste foi utilizado para análise. Além disso, cálculou-se a distância esperada a ser realizada pelo teste utilizando a seguinte equação de referência do TC6, gerada em estudo prévio a partir de uma amostra multicêntrica de brasileiros: 890,46-(6,11 x idade)+(0,0345xidade2)+(48,87 x sexo)- (4,87x Índice de Massa Corpórea-IMC), sendo sexo masculino=1 e feminino=0. Após isso, os indivíduos foram classificados como CFE preservada (resultado igual ou maior a 300 metros no TC6) ou reduzida (resultado menor que 300 metros no TC6). RESULTADOS:
Foram avaliados 57 individuos, com média de idade de 60±15 anos, sendo a maioria do sexo feminino (56,14% n=32), e destes 15 (26,32%) encontravam-se na classe funcional do New York Heart Associoantion (NYHA) entre 3 e 4. No DASI a média verificada foi de 28,73 ±15,07 MET. No TC6 foi verificado uma redução de 12% na distância percorrida quando comparada a esperada (p=0,0168). Após a separação nos grupos CFE preservada ou reduzida foi verificado que aqueles que caminharam menos de 300 metros apresentavam fração de ejeção ventricular menor (39,95±4,59% CFE reduzida e 44,8±2,33% CFE preservada, p=0,3005), atividade diária verificada pelo DASI menor (19,97±11,69 METS CFE reduzida e 32,1±14,98 METS CFE preservada, p=0,0068. Quando correlacionado com a NYHA não foi observado diferença entre os grupos (p=0,109). CONCLUSÃO:
Foi verificado uma redução da capacidade funcional. Além disso foi observado que ao classificar os pacientes em CFE reduzida ou preservada que existe uma associação com o DASI mas não existe com a NYHA e a fração de ejeção ventricular. Palavras-chave: insuficiência cardíaca, teste de caminhada, valores de referência, Fisioterapia.