A cultura de soja para fins alimentícios vem ganhando terreno em todo o mundo e também entre nós, no Estado de São Paulo. Aqui como em outras regiões, sofre essa cultura o ataque severo de parasitas vegetais e animais, que causam danos de monta. Dentre os animais parasitas sobressaem os nematoides, que, penetrando as raízes da planta, sugam-lhe parte da seiva, determinando sensível diminuição da produção. Nos ensaios do Instituto Agronômico, verificação das melhores variedades para as nossas condições ecológicas, o problema da resistência aos nematoides não foi olvidado, ao contrário, foi considerado como dos mais importantes para o êxito dessa cultura. O material dos campos experimentais, que nos foi entregue para exame e identificação das espécies parasitas, revelou que a soja é suscetível ao nematoide, das galhas, principalmente à variedade Abura. Uma das variedades, a N 46-2652, que se mostrara resistente no sul dos Estados Unidos, comportou-se diferentemente nos ensaios de Campinas, sendo considerada relativamente suscetível. Outra, La 41-1219, suscetível naquela região norte americana, exibiu moderada resistência em Campinas. O fato pode ser interpretado, como sendo devido à ocorrência, em ambas regiões, de espécies diferentes do mesmo parasita, com preferência maior ou menor para determinadas variedades ou espécies de plantas. Os exames do material dos campos experimentais de S. José do Rio Preto, Terra Roxa, Pindorama, Laranjal Paulista, Tupã e Osvaldo Cruz revelaram, pelo menos, 4 espécies do nematoide das galhas: M. javanica, M. arenaria, M. incognita e M. hapla. O problema da escolha de variedades apropriadas, tendo em vista o nematoide das galhas, é complexo, devido, sem dúvida, ao fato de serem, as espécies de Meloidogyne, extremamente adaptáveis aos novos hospedeiros. Parece-nos problemático a obtenção de resultados favoráveis com plantações de variedades tidas como resistentes em outras regiões (AU).