O texto descreve e faz uma reflexão sobre o atendimento a distância, realizado com tecnologia virtual, como estratégia de atenção à gravidez, por meio da análise de um caso em que houve apoio, orientação e proteção à parturiente durante a pandemia da covid-19. Os fatos são apresentados de forma pessoal, realizando a autoanálise da profissional de obstetrícia envolvida no processo como recurso para visibilizar as atribulações vividas nas situações de final de gravidez, parto e nascimento. Além disso, o texto ilustra a singularidade das vivências pessoais, avaliando o Sistema Único de Saúde (SUS) em relação ao respeito à integridade e integralidade quanto ao cuidado oferecido, efetivação dos direitos sexuais e reprodutivos durante o evento da pandemia, considerando o contexto dos determinantes sociais e de saúde, assim como as perdas e falhas de acolhimento e transtornos envolvidos no acesso à saúde. Considera- se que é por meio da análise de casos reais de mulheres assistidas que os profissionais conseguem avaliar as barreiras e deficiências que afetam esse público e o deixa mais vulnerável, ao mesmo tempo que permite identificar os processos protetores que podem constatar e potencializar a expressão dessas mulheres.