Avaliação da fragilidade em pacientes submetidos a cirurgia cardíaca de revascularização do miocárdio ou troca de válvula e correlação com tempo de internação hospitalar e eventos clínicos adversos maiores
Assessment of frailty in patients undergoing coronary artery bypass grafting or valve replacement and correlation with length of hospital stay and major adverse clinical events

Rev. Soc. Cardiol. Estado de Säo Paulo; 33 (supl. 2B), 2023
Ano de publicação: 2023

INTRODUÇÃO:

Fragilidade é uma síndrome relacionada ao declínio fisiológico e cognitivo. Indivíduos frágeis estão sujeitos a complicações no pós-operatório de cirurgias cardíacas, mas são poucos os estudos que a correlacionam com fragilidade, tempo de internação e a ocorrência de eventos cardiovasculares maiores no pós-operatório de cirurgia de revascularização do miocárdio (RM) ou troca de válvula (TV).

OBJETIVO:

Avaliar a fragilidade de pacientes submetidos a cirurgia cardíaca de RM ou TV com tempo de internação hospitalar e eventos clínicos adversos maiores (MACE) em até 30 dias no pós-operatório.

MÉTODO:

Trata-se de um estudo observacional longitudinal prospectivo. Após a coleta de dados clínicos, os pacientes foram avaliados por meio da escala de fragilidade clínica (CFS) e questionário PRISMA-7. A fadiga foi avaliada através de afirmações retiradas do Center for Epidemiological Studies (CES-D). A força de preensão palmar (FPP) foi utilizada para avaliar força global. O MACE foi avaliado através de ligação após um mês de procedimento.

RESULTADOS:

Foram avaliados 59 indivíduos, entre eles um pontuou para o MACE evoluindo com IAMSSST. Não foram encontradas diferenças intergrupos da CFS (p = 0,609). Não houve correlação entre o tempo de internação e a pontuação absoluta da CFS e de FPP (r = 0,072; p = 0,589 e r = 0,189; p = 0,151 respectivamente). Não houve diferença entre os grupos com declínio funcional e sem declínio funcional (p = 0.480) comparado ao tempo de internação. Não houve diferença entre os pacientes que apresentaram fadiga por exaustão nas duas afirmações retiradas do CES-D (Fadiga 1: p = 0,372) e Fadiga 2: p = 0,144 respectivamente). Foi encontrada diferença entre os grupos com intercorrências durante o intra-operatório em relação ao grupo sem intercorrências (p = 0,004) comparado ao tempo de internação.

CONCLUSÃO:

Pacientes frágeis ou pré-frágeis que tiveram algum tipo de intercorrências intra-operatório permaceram por um período maior de internação hospitalar quando comparado com pacientes sem fragilidade. Porém, não houve diferença significativa quando correlacionado tempo de internação com fragilidade, força muscular e declínio funcional. Com relação aos eventos clínicos adversos maiores, houve uma pontuação (n=1) durante o seguimento de um mês.

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