Atuação odontológica no paciente cardiopata em cuidados paliativos na unidade de terapia intensiva
Dental performance in the patient with heart disease in palliative care in the intensive care unit

Rev. Soc. Cardiol. Estado de Säo Paulo; 33 (supl. 2B), 2023
Ano de publicação: 2023

INTRODUÇÃO:

A Organização Mundial de Saúde (OMS) define Cuidados Paliativos como uma “abordagem que melhora a qualidade de vida de pacientes e suas famílias que enfrentam problemas associados a doenças que ameaçam a vida. Previne e alivia o sofrimento, através de identificação precoce, avaliação correta e tratamento da dor e de outros problemas físicos, psicossociais ou espirituais”. Pacientes com doenças ameaçadoras de vida, sobretudo os cardiopatas, apresentam sinais e sintomas bucais decorrentes da doença de base ou do seu tratamento. Portanto, o cuidado bucal deve ser considerado como parte do plano integral de cuidados paliativos, para reduzir não apenas a carga microbiana bucal, mas também o risco de acidentes, dor, infecções e complicações sistêmicas.

RELATO DE CASO:

Paciente do gênero masculino, com 65 anos de idade. Apresenta diagnóstico de insuficiência cardíaca perfil B, hipertensão arterial sistêmica, doença renal crônica e diabetes mellitus tipo II, com antecedente de dois infartos agudos do miocárdio e internado na unidade de terapia intensiva de um hospital cardiológico terciário, em cuidados paliativos exclusivos. Observou-se ao exame físico extraoral o paciente ser não contactuante, acamado, intubado, com abertura mandibular reduzida à manipulação, lábios ressecados; e ao exame físico intraoral, ser dentado parcial superior e inferior sem uso de próteses dentárias, ter doença periodontal, dentes incisivos central e lateral superior do lado direito com mobilidade grau 3, lesões ulceradas em mucosa labial, língua ressecada, saburra lingual e fluxo salivar reduzido. Visto isso, elaborou-se um plano de cuidados bucais visando a prevenção do risco de broncoaspiração, aliviar e controlar os sinais bucais. Foi realizada exodontia dos dentes com mobilidade, laserterapia e biópsia incisional da lesão ulcerada, higiene oral com acompanhamento odontológico diariamente.

CONSIDERAÇÕES FINAIS:

O caso enfatiza a importância do cirurgião-dentista inserido numa equipe de Cuidados Paliativos, que através do atendimento especializado reduziu o risco de acidente e proporcionou alívio e conforto ao paciente em sua fase final de vida.

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