Cirurgia de revascularização miocárdica em mulheres jovens: características clínicas, resultados e seguimento tardio
Myocardial revascularization surgery in young women: clinical characteristics, results and late follow-up

Arq. bras. cardiol; 120 (9 supl. 1), 2023
Ano de publicação: 2023

INTRODUÇÃO:

A maioria dos estudos epidemiológicos sobre doença cardiovascular baseia-se em modelos masculinos, e seus resultados têm sido extrapolados para a população feminina. Contudo, observa-se que as mulheres possuem peculiaridades relacionadas à doença arterial coronária e cirurgia de revascularização miocárdica (CRM).

OBJETIVO:

Análise das características clínicas, resultados e sobrevida em mulheres que realizaram a CRM isolada antes dos 45 anos de idade.

MÉTODOS:

Análise transversal de 91 pacientes do sexo feminino que foram consecutivamente submetidas à CRM isolada no período de 1999 a 2011 com base no banco de dados de hospital terciário especializado em cardiologia na última década.

Análise Estatística:

Medidas quantitativas foram descritas por média, mediana e desvio padrão. Curva de sobrevida através de Kaplan-Meier.

RESULTADOS:

No período analisado 91 pacientes do sexo feminino foram submetidas a cirurgia, sendo a idade média de 41,9 anos (DP 3,4 anos) e mediana de 43 anos; portadoras de hipertensão arterial (82,4%), diabetes melitus (31,9%), tabagismo (41,8%), história familiar positiva (30,8%), infarto prévio (57,1%). A maioria era triarterial (35,2%), lesão de tronco presente em 20,9%, lesão uniarterial (14,3%) e biarterial (29,7%). Na fase hospitalar, ocorreram 4 óbitos. Principais complicações relacionadas foram infarto perioperatório (6,6%), síndrome de baixo débito (7,7%), arritmia (5,5%). A curva de sobrevida em 10 anos neste grupo foi de 88%. O tempo médio de acompanhamento das pacientes pós-cirurgia foi de 5,5 anos. O tempo máximo de seguimento foi de 23 anos.

CONCLUSÃO:

População exclusivamente feminina com DAC grave apresentou evolução tardia satisfatória após CRM. Entender as características clínicas e os possíveis fatores relacionados à morbimortalidade após cirurgia são essenciais para tecer estratégias em busca de melhores resultados.

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