Nas últimas décadas, as intervenções percutâneas assumiram um papel central no manejo de fetos, neonatos, crianças e adolescentes com cardiopatias congênitas, contribuindo para um aumento significativo da sobrevida desses pacientes. Isso resultou em um incremento exponencial de adultos portadores de cardiopatias congênitas, já superando em números àqueles da faixa etária pediátrica em todo o mundo. Pacientes no pós-operatório da cirurgia de Fontan e Tetralogia de Fallot, por exemplo, apresen-tam anormalidades e complicações tardias que podem ser abordadas no laboratório de cateterismo. Por outro lado, ainda vemos adultos com cardiopatias congênitas nativas não tratadas, especialmente em países em desenvolvimento onde o acesso a centros de referência é mais limitado. Neste artigo de revisão, será abordado o papel das intervenções percutâneas, muitas vezes usando técnicas complexas, no manejo desses pacientes. As condutas sugeridas neste artigo são resultado das mais recentes diretrizes publicadas e vão de encontro à experiência dos autores. Revisões recentes sobre o papel da intervenção nessa população também embasam essa abordagem. Foram selecionados os quatro grupos principais de atuação da intervenção transcateter nas cardiopatias congênitas para discussão aprofundada do tema, com o objetivo de trazer luz a essa importante alternativa do arsenal terapêutico à disposição do cardio-logista que se depara com esses pacientes. Quando devidamente indicados, ótimos desfechos podem ser observados, empregando-se técnicas menos invasivas com menor morbidade e mais rápida recuperação.