Rev. Soc. Cardiol. Estado São Paulo, Supl.; 34 (2B), 2024
Ano de publicação: 2024
INTRODUÇÃO:
A realização de atividades físicas competitivas em nível amador ou profissional têm aumentado consideravelmente em nosso meio, graças ao estímulo à prática esportiva para obtenção de um modo de vida saudável. Frente a isso, aumenta também a prevalência de indivíduos com comorbidades crônicas não infecciosas (CCNI) que almejam realizar tais práticas, os quais podem ou não apresentar alterações eletrocardiográficas (AECG). OBJETIVOS:
Avaliar a prevalência de CCNI e AECG em uma população de atletas que acompanham em um ambulatório de Cardiologia do Esporte de hospital terciário. MÉTODOS:
Análise retrospectiva de prontuários do ambulatório de Cardiologia do Esporte de um hospital terciário. RESULTADOS:
Avaliamos 108 pacientes que mantêm ao menos uma avaliação anual em nosso ambulatório do período de dezembro de 2023 a março 2024. Nossa média de idade foi de 51,04 anos, sendo a menor 15 e a maior 74 anos. A presença de dislipidemia (60,75%) e HAS (42,06%) foram as CCNI mais prevalentes entre a população estudada. A presença de arritmias, (14,02%), ex-tabagistas (14,02%) e portadores de miocardiopatias (12,15%) seguiram em proporções menores. Houveram também pacientes hígidos em nossa amostra, também em menor escala (13,08%). Em contrapartida, dentre esses pacientes, aqueles com padrão eletrocardiográfico dentro dos limites da normalidade foram os mais prevalentes (43,98%), seguidos por aqueles que demonstraram repolarização precoce (12,15%) e BRD (8,41%). Fibrilação atrial foi vista em apenas 3,74% da amostra. CONCLUSÕES:
A alta prevalência das CCNI não reflete AECG de maneira equitativa na amostra estudada. Um dos possíveis motivos para tal achado deve-se ao fato da baixa quantidade de pacientes com condições que alterem estruturalmente ou eletricamente o coração, tais como miocardiopatias e arritmias. Hipertensão e dislipidemia foram as maiores CCNI observadas, refletindo também a magnitude da prevalência dessas comorbidades na população geral.