Achado incidental: estenose coronária visualizada em ecocardiograma transesofágico
Incidental finding: coronary stenosis visualized on transesophageal echocardiography

ABC., imagem cardiovasc; 37 (3 supl. 1), 2024
Ano de publicação: 2024

APRESENTAÇÃO DO CASO:

Paciente feminina, 72 anos, hipertensa e tabagista, assintomática e sem história de doença coronariana conhecida, realizou ecocardiograma transesofágico para pesquisa de fonte emboligênica após acidente vascular cerebral isquêmico. Durante o exame, foi possível identificar o segmento proximal das artérias coronárias circunflexa (CX), descendente anterior (DA) e coronária direita (CD), com presença de imagem hiperecogênica sugerindo placa de ateromatose com redução luminal significativa. Ao Doppler colorido, sem evidência de fluxo nas coronárias avaliadas. Fração de ejeção do ventrículo esquerdo preservada, com redução do Strain Longitudinal Global (14,6%), predominantemente nos segmentos basais das paredes inferior, inferolateral e inferosseptal. Solicitado cateterismo cardíaco para confirmar achados, sendo identificadas lesões de 70% no terço médio da CX com oclusão total distal, lesão de 30% no terço proximal da DA e de 70% no terço proximal da CD. Foi submetida a tratamento percutâneo das lesões significativas, com sucesso.

DISCUSSÃO:

A visualização do trajeto coronariano pelo ecocardiograma é limitada em adultos, considerando diâmetro do vaso próximo ao limite de resolução espacial. A presença de hiperecogenicidade focal e irregularidades da parede podem ser indícios de doença aterosclerótica, mas a detecção de placas é raramente possível, sendo vista em poucos casos nos terços proximais, principalmente pela sombra acústica secundária à calcificação. No caso, estudo transesofágico realizado foi capaz de definir a anatomia das coronárias CX, DA e CD, com sinais de obstrução, de modo que a paciente foi encaminhada para estratificação invasiva com posterior tratamento das artérias acometidas.

COMENTÁRIOS FINAIS:

O exame de ecocardiograma, de forma inusitada, mostrou-se capaz de detectar placas ateroscleróticas. Apesar de restrita a casos raros, foi possível insonar a luz do vaso evidenciando a placa e o grau de redução luminal aparente.

Mais relacionados