ABC., imagem cardiovasc; 37 (3 supl. 1), 2024
Ano de publicação: 2024
RESUMO:
A utilização de agentes de realce de ultrassom (ARUS) alcançou um papel bem estabelecido na ecocardiografia. Vários motivos como; desconhecimento do perfil de segurança, dúvidas sobre o seu custo/benefício, ou desconhecimento da curva de aprendizado; podem ter levado à subutilização em populações de pacientes com probabilidade de obter benefícios. OBJETIVO:
Documentar a primeira experiencia na utilização de ARUS em ecocardiografia, de médicos sem experiencia prévia no método. MÉTODOS:
Após ampla revisão da literatura, cinco médicos realizaram 20 exames no período de junho/2023 até março/2024. Foi utilizado agente SONOVUE® (hexafluoreto de enxofre – Bracco), com pulsos de ultrassom de baixa energia (índice mecânico de 0,2) e na fase de perfusão, pulsos de alta energia ultrassônica (índice mecânico de 0,8). Em média foram utilizados 2 ml de ARUS por paciente. Nenhum paciente teve reação adversa durante ou após a administração. RESULTADOS:
Casos em que o uso de ARUS acrescentou informação diagnóstica: Paciente com cardiopatia catecolaminérgica, paciente com antecedente de infarto apical e presença de trombo em ventrículo esquerdo, paciente com diagnóstico de miocardiopatia hipertrófica com acometimento de VD, Paciente com diagnóstico de miocardiopatia hipertrófica septal assimétrica, paciente com antecedente de osteosarcoma com metástase em pulmão, foi evidenciado trombo em ventrículo direito, paciente com mixoma em átrio esquerdo, paciente com sarcoma em ventrículo direito. Todos os casos de massar intracardíacas tiveram diagnóstico confirmado por RMN e/ou biopsia. Além desses casos o ARUS forneceu imagens de qualidade superior para realce de bordas e avaliação de volumes e fração de ejeção em exames em repouso e eco estresse farmacológico. CONCLUSÃO:
Uma intervenção de ensino em ARUS, simples e formalizada pode melhorar a avaliação da anatomia biventricular, da contratilidade segmentar, de volumes e de fração de ejeção, assim como avançar no diagnóstico das massas intracardíacas. Esta intervenção fornece imagens de qualidade superior, serve como uma ferramenta prática para documentar e melhorar a qualidade dos laudos, reduz potencialmente a repetição de exames, a necessidade de complementação com outros métodos de imagem e o tempo entre o diagnóstico e o início do tratamento. O interesse da equipe após a exposição do conteúdo, adequação dos recursos e utilidade apresentados foram fatores determinantes na realização dos exames.