Segurança e eficácia da ablação de altíssima potência e curta duração versus a ablação de alta potência e curta duração em pacientes com fibrilação atrial: uma revisão sistemática e meta-análise atualizada
Safety and efficacy of very high-power short-duration ablation versus high-power short-duration ablation in patients with atrial fibrillation: an updated systematic review and meta-analysis

Arq. bras. cardiol; 121 (9 supl.1), 2024
Ano de publicação: 2024

INTRODUÇÃO:

A ablação da fibrilação atrial (FA) é essencialmente baseada no isolamento das veias pulmonares (PVI), no entanto, a recorrência da FA devido à reconexão da VP é um desafio. O uso da técnica de alta potência de curta duração (HPSD; > 40 W) mostrou-se mais eficaz e seguro, proporcionando lesões uniformes. Recentemente, foi introduzida a técnica de muito alta potência de curta duração (vHPSD) (90 W, 4 s), no entanto, sua eficácia e segurança ainda são controversas quando comparadas à técnica de alta potência.

OBJETIVO:

Realizamos uma revisão sistemática e meta-análise para comparar a técnica de altíssima potência e curta duração (vHPSD; 70-90 W) e a técnica de alta potência e curta duração (HPSD; > 40 W) em pacientes com FA.

MÉTODOS:

Pesquisamos no PubMed, Embase e Cochrane Central. Os desfechos foram a recorrência da FA e as complicações. Um modelo de efeitos aleatórios foi usado para calcular as razões de chances (ORs) com intervalos de confiança (IC) de 95%. A análise estatística foi realizada utilizando o programa R (versão 4.3.2). A heterogeneidade foi avaliada com estatísticas I2.

RESULTADOS:

Incluímos pacientes de 7 estudos. Destes, 1 foi derivado de RCT e 6 foram estudos observacionais. Em comparação com a alta potência de curta duração, a técnica de altíssima potência e curta duração (vHPSD; 70-90 W) não demonstrou uma variação estatisticamente significativa nas taxas de recorrência da FA (OR 0,91; IC 95% 0,50 - 1,67; p=0,769; I2 = 48%) e complicações associadas (OR 1,04; IC 95% 0,38 - 2,86; p=0,933; I2 = 0%).

CONCLUSÃO:

Os dados desta metaanálise revelam que não houve diferença significativa na recorrência da FA e nas complicações entre a técnica de muito alta potência de curta duração e a técnica de alta potência de curta duração.

Mais relacionados