Efeitos cardiotóxicos da terapia com células CAR-T: uma meta-análise
Cardiotoxic effects of CAR-T cell therapy: a meta-analysis

Int. j. cardiovasc. sci. (Impr.); 37 (suppl. 6), 2024
Ano de publicação: 2024

INTRODUÇÃO:

A terapia com células T receptoras de antígeno quimérico (CAR-T) mostrou-se promissora no tratamento de malignidades hematológicas, mas seus potenciais efeitos cardiotóxicos requerem investigação aprofundada. Esse trabalho tem como objetivo realizar uma meta-análise, examinando os efeitos cardiotóxicos da terapia CAR-T em adultos com malignidadeshematológicas.

MÉTODOS:

Como estratégia de busca, foram utilizadas as bases de dados PubMed, Embase e o Registro Cochrane Central de Ensaios Controlados para estudos que relataram desfechos cardiovasculares, como arritmias, insuficiência cardíaca e redução da fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE).

RESULTADOS:

Foi feita análise de 20 estudos envolvendo 4.789 pacientes, que revelou uma taxa de incidência de eventos cardiovasculares de 19,68%, sendo as arritmias (10,19%), insuficiência cardíaca (5,73%) e redução da FEVE (3,86%) as mais prevalentes. Elevação de troponina foi observada em 23,61% dos pacientes, enquanto a elevação de NT-Pro-BNP foi observada em 9,4%. Análises de subgrupos mostraram riscos maiores em pacientes com condições pré-existentes, como arritmia atrial (OR 3,12; p<0,001), hipertensão (OR 1,85; p=0,002), insuficiência cardíaca anterior (OR 3,38; p=0,003) e doença arterial coronariana (OR 2,80; p=0,003).

CONCLUSÃO:

A partir dos dados obtidos neste estudo, que analisou 20 artigos e envolveu 4.789 pacientes, conclui-se que há uma incidência significativa de eventos cardiovasculares entre os pacientes tratados com terapia CAR-T, particularmente aqueles com condições cardíacas pré-existentes. As arritmias, a insuficiência cardíaca e a redução da FEVE foram as complicações mais frequentes. Este achado ressalta a importância de um monitoramento cardiovascular rigoroso durante a terapia CAR-T, a fim de maximizar a segurança e eficácia do tratamento, especialmente para aqueles em maior risco devido a condições pré-existentes.

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