Int. j. cardiovasc. sci. (Impr.); 37 (suppl.9), 2024
Ano de publicação: 2024
INTRODUÇÃO:
O advento das técnicas de modificação de substrato e dos cateteres de mapeamento multieletrodos ampliou o espectro de taquicardias ventriculares (TVs) mapeáveis. O mapeamento de alta definição proporcionou melhor agilidade, eficiência e resultados da ablação de TVs na população não chagásica. No entanto, o papel do mapeamento de potenciais diastólicos ainda não foi estudado na miocardiopatia chagásica, que apresenta desafios eletrofisiológicos peculiares. Este estudo tem como objetivo avaliar a frequência de mapeamento dos potenciais diastólicos e seu impacto na recorrência de TV em pacientes chagásicos submetidos à ablação. MÉTODOS:
De um total de 56 pacientes submetidos a ablação de taquicardia ventricular cicatricial em nossa instituição no período de outubro de 2020 a outubro de 2023, foram analisados 36 pacientes portadores de miocardiopatia chagásica com seguimento mínimo de 1 ano. A ablação por radiofrequência foi direcionada às regiões com potenciais diastólicos, seguida pela modificação do substrato, com mapeamento epicárdico e endocárdico em todos os pacientes. Os desfechos a longo prazo foram correlacionados com a capacidade de mapear potenciais diastólicos. RESULTADOS:
Foram induzidas 70 TVs no total, das quais 30 (42,9%) eram hemodinamicamente instáveis. O mapeamento da fase diastólica foi obtido em 46 TVs (65,7%). Dos 36 pacientes analisados, potenciais diastólicos foram identificados em 27 (75%) pacientes. Entre estes, 5 (18,5%) apresentaram recorrência de TV. Em contraste, dos 8 (22,2%) pacientes em que não foi possível identificar potenciais diastólicos, 2 (25%) apresentaram recorrência. CONCLUSÃO:
Nesse estudo, o mapeamento dos potenciais diastólicos foi viável em uma proporção significativa de pacientes portadores de miocardiopatia chagásica e foi associado a menores taxas de recorrência de taquicardia ventricular.