Seguimento dos pacientes com síndrome arritmogênica do prolapso valvar mitral após implante de cardioversor desfibrilador implantável
Follow-up of patients with arrhythmogenic mitral valve prolapse syndrome after implantable cardioverter defibrillator implantation

Int. j. cardiovasc. sci. (Impr.); 37 (suppl.9), 2024
Ano de publicação: 2024

INTRODUÇÃO:

A síndrome arritmogênica do prolapso valvar mitral (PVM) é uma condição associada a eventos arrítmicos ventriculares e morte súbita cardíaca (MSC). O acompanhamento por telemetria do cardioversor-desfibrilador implantável (CDI) pode aprimorar a compreensão dessa síndrome por ser um registro contínuo do ritmo cardíaco.

MÉTODOS:

Apresentamos uma série de quatro casos de pacientes com síndrome arritmogênica do PVM e implante de CDI em uma análise retrospectiva, observacional e descritiva acompanhados entre 2021 e 2024 em hospital terciário. O seguimento foi realizado por avaliação clínica, eletrocardiograma (ECG), ecocardiograma, Holter de 24h, teste ergométrico e avaliação eletrônica do CDI.

RESULTADOS:

A amostra incluiu 4 pacientes do sexo feminino com idades entre 31 a 54 anos.Três pacientes implantaram o CDI para prevenção secundária de MSC (duas delas recuperadas de MSC e uma delas por taquicardia ventricular e síncope) e uma para primária. O tempo médio de seguimento após implante foi de 3,3 anos, contudo, uma implantou o CDI há 10 anos. Uma paciente usava amiodarona, uma sotalol e as demais estavam em uso de metoprolol. Todos os ECG de repouso mostraram extrassístoles ventriculares isoladas com morfologia sugestiva de origem no músculo papilar póstero medial e alteração de repolarização ventricular de parede inferior (figura 1). Toda a amostra apresentou fração de ejeção do ventrículo esquerdo preservada ao ecocardiograma. Uma das pacientes apresentava fibrose miocárdica na ressonância cardíaca com padrão ínfero-septal basal e no músculo papilar posteromedial, duas não apresentavam fibrose e uma não realizou o exame. A média da disjunção do anel mitral foi de 12,25mm. Uma paciente apresentou taquicardia ventricular polimórfica não sustentada com pré-síncope (figura 2). Não houve terapia antitaquicardia do CDI ou relato de síncope. Duas das pacientes foram, previamente ao implante do CDI, submetidas à ablação por cateter.

CONCLUSÃO:

A incidência de eventos arrítmicos graves foi baixa mesmo entre portadores de CDI para profilaxia secundária em PVM e disjunção do anel mitral. Contudo, o tempo de seguimento desta amostra foi curto.

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