Int. j. cardiovasc. sci. (Impr.); 37 (suppl. 13), 2024
Ano de publicação: 2024
INTRODUÇÃO:
O tratamento percutâneo de lesões no Tronco de Coronária Esquerda (TCE) tem se demonstrado uma opção segura ao tratamento cirúrgico. O procedimento quando envolve a bifurcação, denota maior grau de complexidade e influencia a escolha da técnica, via de acesso, número de stents e utilização de imagem intracoronária para orientar o procedimento. OBJETIVO:
Esse levantamento tem por objetivo reportar a taxa de abordagem percutânea de lesões de Tronco de Coronária Esquerda em um serviço de referência terciário em seus mais diversos cenários. MÉTODOS:
Estudo observacional em que foi realizado levantamento de dados no período de 36 meses, entre os dias 01/03/2021 até 29/02/2024 baseado em revisão de prontuário e avaliação das imagens realizadas durante o procedimento de intervenção, em que se identificou os pacientes submetidos à ICP de Tronco da Coronária Esquerda (TCE) nos seus diversos contextos. Foi identificado as principais características relacionadas ao procedimento – apresentação clínica, via de acesso, técnica utilizada, taxa de utilização de método de imagem intracoronária, taxa de complicações e a taxa de óbito relacionada aos procedimentos. RESULTADOS:
Foram realizados 267 procedimentos de ICP de TCE no período, dos quais 213 envolviam a bifurcação (79%). O cenário clínico mais frequentemente encontrado foi a doença coronária estável (53,9%). Em 132 casos (49%) foi utilizado algum método de imagem, em que a ultrassonografia intracoronária (USIC) foi realizada em 116 casos (88%) e a tomografia de coerência óptica (OCT) em 16 (12%). Em 42 casos houve modificação da conduta após o controle como:
pós-dilatação, técnica de otimização proximal ou kissing balloon. A técnica provisional foi a estratégia inicial utilizada para a maioria dos casos de bifurcação (94%). Em 19 dos casos, houve indicação de intervenção decorrente a complicações de outros procedimentos (cateterismo diagnóstico, intervenção valvar, angioplastia de outros vasos). A taxa de óbito foi de 1,8%. CONCLUSÃO:
Nessa análise, foi evidenciado um cenário de intervenção de maior complexidade, refletido na utilização considerada elevada de imagem intracoronária em relação ao demais tipos de intervenção. Apesar da maior complexidade, a via de acesso radial ainda foi a mais utilizada. O cenário clínico mais frequentemente encontrado foi a doença coronária estável. A taxa de óbitos relacionou-se à maior complexidade dos casos (SCA, bifurcação, instabilidade hemodinâmica).