Comparação entre métodos de fisiologia invasiva e não invasiva em um hospital terciário do SUS
Comparison between invasive and non-invasive physiology methods in a SUS tertiary hospital

Int. j. cardiovasc. sci. (Impr.); 37 (suppl. 13), 2024
Ano de publicação: 2024

INTRODUÇÃO:

A doença arterial coronariana é altamente prevalente e maior causa de morte no Brasil e no mundo, além de impactar na qualidade de vida dos pacientes e nos custos à saúde. Muitos pacientes submetidos a coronariografia observam-se lesões moderadas (estenose entre 50%-70%), sua correta interpretação, associado a outros métodos diagnósticos é imperativa, visto que mesmo lesões consideradas não graves (< 70%) podem gerar isquemia, agravar sintomas e aumentar a morbimortalidade dos pacientes. A fisiologia invasiva (hiperêmica ou não hiperêmica) é o padrão ouro para avaliar essas lesões encontradas, porém, esta é uma tecnologia subutilizada nos laboratórios de hemodinâmica pela necessidade de hiperemia, aumento do tempo de procedimento, aumento da quantidade de contraste utilizado, dose de radiação e custos. Em contrapartida, avaliação fisiológica baseado na angiografia (sem a necessidade de fio guia pressórico - QFR) ganha espaço, já amplamente corroborado por evidências científicas de redução de desfechos. OBJETIVO(s): Comparar a avaliação de fisiologia invasiva (FFR ou RFR) e não invasiva (QFR) em pacientes de um hospital público terciário, para análise de concordância entre os métodos e possíveis fatores que aumentem a chance de não concordância entre os resultados, visando melhor planejamento terapêutico e redução de custos para a saúde pública.

MÉTODOS:

Foram levantados prontuários de 123 pacientes submetidos a avaliação de fisiologia invasiva no período de fevereiro de 2022 a março de 2024, buscando a prevalência de comorbidades (hipertensão arterial, diabetes, dislipidemia, histórico de tabagismo, infarto e angioplastia prévia), e comparação das meses lesões com fisiologia não invasiva.

RESULTADOS:

Foi observado 70,5% de HAS, 46% de DM, 9,8% de tabagistas ativos, 32% de ex-tabagistas, e 34,3% de pacientes com histórico de IAM prévio. O vaso analisado foi a DA em 73,5% dos casos, CX em 11,7% e CD em 9,8%. A taxa de concordância observada foi de 75,6% (90/123) entre os resultados de FFR/RFR e QFR.

CONCLUSÕES:

Esta é uma avaliação parcial dos dados do estudo, que pretende alcançar um n de, pelo menos, 409 pacientes/lesões analisadas. Até o momento não foi possível estabelecer a concordância entre o resultado da fisiologia invasiva e não invasiva. Mesmo este resultado parcial é possível observar que os métodos de avaliação de fisiologia não invasivos são uma ferramenta extra para guiar a melhor terapêutica.

Mais relacionados