Experiência inicial com o uso de balão farmacológico em pacientes de hospital terciário do sistema único de saúde
Initial experience with the use of drug-eluting balloons in patients at a tertiary hospital in the unified health system

Int. j. cardiovasc. sci. (Impr.); 37 (suppl. 13), 2024
Ano de publicação: 2024

INTRODUÇÃO:

Os balões farmacológicos representam uma alternativa aos stents farmacológicos (SFs) a realização de intervenção coronária percutânea (ICP). São dispositivos capazes de entrega de droga anti-proliferativa na lesão-alvo de forma homogênea, com a vantagem da ausência de suporte metálico permanente no vaso coronariano. Até recentemente, as indicações para uso de balão farmacológico (BF) eram restritas a casos de reestenose intra-stent (RIS). Entretanto, sua utilização tem aumentado sobremaneira na prática diária devido aos avanços tecnológicos, maior disponibilização e novas evidências científicas.

OBJETIVOS:

Promover avaliação inicial da utilização e impacto de BF após sua disponibilização para tratamento de pacientes no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).

MÉTODOS:

Trata-se de um registro prospectivo de centro único, para avaliação das indicações e desfechos maiores intra-procedimento e intra-hospitalares no emprego do BF em pacientes de hospital terciário do SUS, durante o período de Janeiro de 2023 a Março de 2024.

RESULTADOS:

No período, 2400 pacientes foram submetidos a ICP em nosso serviço dos quais 60 (2,5%) foram submetidos a angioplastia com BF. Destes, a média das idades era 64±9 anos, 71,6% eram do sexo masculino e 95% apresentavam quadro estável. Em 49 casos (81,6%), o BF foi utilizado para o tratamento de RIS. Em 5 casos (8,33%), o uso se deu em vaso de fino calibre; em 4 casos (6,66%), foram utilizados para tratamento de ramo lateral em bifurcação; e em 2 casos (3,33%) foram utilizados para tratamento de infarto agudo do miocárdio com supra do segmento ST (IAMCSST). Durante o procedimento (média de 1,2±0.4 vasos tratados por paciente e média de 1,6±0.9 balões farmacológicos liberadores de paclitaxel por paciente), a via de acesso radial foi utilizada em 50% e o sucesso do procedimento (estenose residual <30%, ausência de dissecção, sem necessidade de implante de stent em caráter "bail-out", ausência de eventos cardíacos adversos maiores durante a fase intra-hospitalar) foi 98,33%. A extensão e diâmetro nominais dos dispositivos eram 19.8mm e 2.91mm, respectivamente. O tempo médio de internação para realização do procedimento foi de 1,2 dias, com a maioria dos pacientes tendo alta em até 24 horas.

CONCLUSÃO:

Nesta experiência inicial no âmbito do SUS, a utilização do balão farmacológico mostrou-se segura e eficaz na abordagem de lesões de RIS, vaso de fino calibre, ramo lateral de bifurcação, além de dois casos em contexto de IAMCSST.

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