BEPA, Bol. epidemiol. paul. (Impr.); 21 (221), 2024
Ano de publicação: 2024
Introdução:
A limitada abordagem da saúde da população LGBTQIA+ no currículo de uma tradicional faculdade de medicina em São Paulo mobilizou cinco graduandos a fundar a Liga Acadêmica de Saúde da População LGBTQIA+. Essa entidade estudantil pretende aprofundar a pesquisa sobre os problemas dessa população e promove projetos que integram os acadêmicos à sociedade, conectando a teoria à prática profissional. Objetivo:
Este relato descreve o estabelecimento da Liga, desde a identificação da sua necessidade até os seus primeiros resultados. Métodos:
Os eventos do processo de implementação foram descritos cronologicamente. A avaliação da Liga pelos participantes foi feita por uma plataforma eletrônica, com 14 perguntas sobre a qualidade das atividades, e a análise do engajamento à Liga foi por meio de listas de presença. Adicionalmente, foi pesquisado o número de faculdades de medicina no estado de São Paulo (SP) que têm uma entidade acadêmica semelhante, avaliando o pioneirismo da Liga. Resultados:
Foram ministradas oito aulas sobre saúde LGBTQIA+, consideradas com “boa” qualidade por todas as 12 pessoas que responderam às questões do formulário. O engajamento, contudo, foi abaixo do esperado. Além disso, a Liga demonstra caráter pioneiro, visto que apenas 12,3% das faculdades de medicina em SP têm entidades semelhantes. Conclusão:
A Liga tem se consolidado como um ambiente de estudo e acolhimento aos seus participantes. Futuramente, visa-se implementar projetos de extensão no Centro de Referência da Diversidade (CRD) e no Ambulatório de Saúde Integral da Pessoa Trans (ASIPT) do Centro de Saúde Escola da Barra Funda, capacitando futuros profissionais da saúde a compreender as demandas e as vivências da população LGBTQIA+.
Introduction:
The limited coverage of LGBTQIA+ health in the curriculum of a traditional medical school in São Paulo led five students to establish the LGBTQIA+ Population Health Academic League. This student organization deepens research and promotes projects that connect students with society, bridging theory and professional practice. Objective:
This report describes the creation of the League, from identifying the need for it to its initial results. Methods:
Events of the implementation process, in 2024, were described chronologically. The League’s activities were evaluated by participants through an electronic survey with 14 questions on activity quality, and engagement was assessed via attendance records. Additionally, a survey was conducted to determine how many medical schools in São Paulo (SP) have similar academic leagues, evaluating the pioneering nature of this League. Results:
Eight classes on LGBTQIA+ health were held, rated as “good” quality by all 12 survey respondents. However, the engagement was below expectations. Still, the League stands out as a pioneer student organization, as only 12.3% of medical schools in SP have leagues focused on LGBTQIA+ health. Conclusion:
The League has established itself as a supportive learning environment for its members. Future plans include implementing outreach projects with the Diversity Reference Center (CRD) and the Transgender Comprehensive Health Clinic (ASIPT) at the Barra Funda School Health Center, preparing future health professionals to understand the needs and experiences of the LGBTQIA+ population