O Brasil, então livre da circulação do vírus sarampo, assistiu em 2018 ao retorno dessa doença, devido à existência de bolsões de suscetíveis formados pelas baixas coberturas vacinais registradas nos últimos anos, associado ao ingresso em território brasileiro, de grande contingente de refugiados da Venezuela, infectados pelo vírus Paramyxoviridae. Tal situação demandou das autoridades sanitárias brasileiras uma resposta rápida para controle da disseminação do sarampo, e as ações desenvolvidas variaram conforme características epidemiológicas e territoriais de cada região do país.

Objetivo:

Descrever uma intervenção de Vigilância Epidemiológica de sarampo, aplicada numa Região de Saúde da Bahia.

Metodologia:

Relato de experiência da utilização de reunião técnico-operacional para fomento à elaboração e implantação, pelos gestores de Vigilância em Saúde e Atenção Básica, de planos municipais pela manutenção do território livre da circulação endêmica do sarampo. Essa estratégia teve como foco principal aumentar a sensibilidade dos serviços de saúde da região para casos suspeitos de sarampo.

Resultados:

A intervenção resultou na elaboração dos planos pelos gestores de 100% dos municípios do território. O monitoramento das semanas epidemiológicas seguintes à intervenção possibilitou verificar uma evolução da taxa de notificação de zero para 9,5 casos/100mil habitantes, superando a meta estabelecida pela OPAS/OMS. A coleta de espécimes clínicos para diagnóstico laboratorial foi oportuna para 57,1% das notificações.

Conclusão:

A intervenção aplicada foi exitosa em aumentar a sensibilidade a casos suspeitos, o que elevou as chances de detecção precoce de circulação do vírus no território, para adoção tempestiva das medidas de bloqueio da disseminação