Atenção à crise psíquica na rede de atenção psicossocial de Francisco Morato

Ano de publicação: 2023
Teses e dissertações em Português apresentado à Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo. Instituto de Saúde para obtenção do título de Professor Titular. Orientador: Pupo, Lígia Rivero

O manicômio, outrora destino daqueles em crise psíquica, não se comprometia com saúde mental, mas sim com encarceramento, exclusão e eugenia, com uma visão biomédica do encarcerado. Com a Reforma Psiquiátrica Brasileira e o advento do SUS (Sistema Único de Saúde), busca-se o fim dos manicômios, e promove-se cuidado psicossocial, emancipador, em rede. No entanto, a lógica biomédica e manicomial persiste, promovendo práticas perversas, mesmo dentro de uma rede com propósito psicossocial.

Objetivo:

Conhecer a articulação e a lógica de cuidado de serviços da RAPS (Rede de Atenção Psicossocial) de Francisco Morato no atendimento à crise psíquica, incluindo entraves e potencialidades.

Metodologia:

Pesquisa qualitativa, entrevistando gerentes de equipamentos de saúde da RAPS municipal, e subsequente análise das entrevistas.

Resultados:

Dificuldades na comunicação entre os serviços da rede, atenção básica pouco presente na atenção à crise, falta de matriciamento, e alta quantidade de usuários buscando atendimento na atenção básica e especializada, que têm equipes incompletas, são entraves. Foco na escuta e posicionamento contra internações desnecessárias e medicalização são potencialidades.

Conclusão:

A RAPS municipal efetivamente ainda está em construção, com questões materiais dificultando sua implementação. Há aspectos manicomiais coexistindo com aspectos psicossociais na atenção à crise psíquica.

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