Polifarmácia em idosos octogenários: uma análise de prevalência
Polypharmacy in octogenarian elderly: a prevalence analysis

Ano de publicação: 2022

INTRODUÇÃO E/OU FUNDAMENTOS: A prevalência de polifarmácia tende a aumentar com o envelhecimento, por vezes relacionada a presença de múltiplas comorbidades. No entanto, observa-se também um aumento na frequência de problemas relacionados a medicamentos, como: interações medicamentosas, má adesão e efeitos adversos. O objetivo deste estudo foi observar a prevalência de polifarmácia em idosos octogenários acompanhados em ambulatório de cardiogeriatria.

MÉTODOS:

Estudo retrospectivo, descritivo e observacional, desenvolvido a partir da coleta de dados em prontuários, no período de 2019/2020. Incluídos pacientes com 80 anos ou mais, acompanhados em ambulatório de cardiogeriatria. Polifarmácia foi classificada como uso de 5 medicações ou mais.

Também foram analisadas:

risco de sarcopenia pelo SARC-F, trofismo pela OMS, índice de massa corporal (IMC) e teste de preensão palmar. As variáveis quantitativas foram apresentadas em forma de média e gráficos, com valores expressos em percentuais e/ou porcentagem e prevalência; além do teste qui quadrado e fisher.

RESULTADOS:

Foram incluídos 62 pacientes, sendo 30 (48.3%) do sexo feminino e 32 (51.6%) masculino. A média de idade foi de 83 anos, sendo a mínima de 80 e a máxima de 93 anos. Identificada polifarmácia em 51 pacientes (82.2%), com média de 6 fármacos por paciente. Em relação ao trofismo, 37 pacientes (59.6%) foram classificados como obesos, 19 (30.6%) como eutróficos, 4 (6.4%) como desnutridos e 2 em baixo peso (3.2%).

DISCUSSÃO:

O IMC médio geral foi de 27 kg/m². Baseado na escala SARC-F, foi observado que 24 (38.7%) pacientes apresentaram sarcopenia provável e 38 (61.2%) sem sarcopenia. No teste de preensão palmar, 29 pacientes (46.7%) estavam abaixo do nível esperado para o sexo. Encontrou-se uma relação estatística significativa entre a existência de polifarmácia com: o teste de preensão palmar alterado (qui quadrado: p=0.010; fisher: p=0.017).

CONCLUSÕES:

Na população estudada, composta exclusivamente por idosos octogenários, observou-se elevada prevalência de polifarmácia, aumentando, deste modo, o risco potencial de eventos adversos. O nível de associação entre polifarmácia e alteração na força de preensão palmar necessita de estudos de maior porte objetivando conclusões mais concretas.

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