Risco de quedas em idosos portadores de fibrilação atrial: uma avaliação baseada na escala de Dowton
Risk of falls in elderly patients with atrial fibrillation: an assessment based on the Dowton scale

Ano de publicação: 2022

INTRODUÇÃO E/OU FUNDAMENTOS: Quedas são a segunda causa mais comum de morte entre idosos e geram impacto negativo na funcionalidade e qualidade de vida. Risco elevado de queda, histórico de quedas e/ou de complicações hemorrágicas podem ser considerados fatores importantes para a decisão de suspender a anticoagulação em idosos portadores de fibrilação atrial (FA). Para avaliação de risco de queda, pode-se utilizar o Fall Risk Score ou Escala de Dowton, composta por 5 critérios, sendo considerado como alto risco de queda paciente com pontuação igual ou superior a 3 pontos. O objetivo deste estudo foi avaliar a prevalência de risco de quedas entre idosos portadores de FA e anticoagulados com varfarina.

MÉTODOS:

Estudo retrospectivo, descritivo e observacional, a partir da coleta de dados em prontuários, durante o período de 2019/2020. Incluídos pacientes com 70 anos ou mais, portadores de FA, em uso de varfarina, acompanhados em ambulatório de cardiogeriatria. As variáveis analisadas foram sexo, idade, risco de quedas (a partir da escala de Dowton) e provavél sarcopenia (pela escala SARC-F). As variáveis quantitativas foram apresentadas em forma de média e gráficos, com valores expressos em percentuais e/ou porcentagem e prevalência. Utilizou-se para análise estatística o programa Microsoft Excel 2010.

RESULTADOS:

Foram avaliados 37 pacientes, sendo 22 mulheres (59.4%) e 15 homens (40.5%). A média de idade foi de 79 anos, com o valor mínimo de 71 e máximo de 88 anos. A moda de idade foi de 82 anos, vista em 6 pacientes (16.2%). O risco de quedas foi considerado elevado em 22 pacientes (59.4%) e médio em 15 (40.5%).

DISCUSSÃO:

Nenhum paciente foi classificado como risco baixo de quedas nesta amostra. Observou-se, ainda, que 28 pacientes (75.6%) foram considerados sem sarcopenia pela escala SARC-F e 9 (24.3%) apresentaram sarcopenia provável.

CONCLUSÕES:

Diante dos dados apresentados, observou-se que a população do estudo possuía idade média elevada e que a maioria possuía risco de queda alto. Considerando tratar-se de um grupo em uso de anticoagulação oral, pode-se inferir que, apesar do alto risco para quedas, este não foi um fator limitante para o uso da medicação. Por outro lado, a baixa prevalência de pacientes com sarcopenia provável pode indicar que este tenha sido um fator para a suspensão da varfarina entre portadores de FA em momento anterior a este estudo, comprometendo, assim, a análise da relação entre sarcopenia e risco de queda nesta amostra.

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