Ano de publicação: 2024
Teses e dissertações em Português apresentado à Instituto Lauro de Souza Lima para obtenção do título de Especialista. Orientador: Souza, Vânia Nieto Brito de
Introdução:
O teste de contato (patch teste) é o padrão ouro para diagnóstico de dermatites alérgicas de contato (DACs), possibilitando a identificação do agente
desencadeante. Mudanças nos hábitos de vida e exposição a novos agentes
sensibilizantes presentes em medicamentos, cosméticos e outros produtos podem
induzir mudanças no perfil de sensibilização da população. Objetivo:
Realizar um
levantamento do perfil dos pacientes que efetuaram o teste de contato no Instituto
Lauro de Souza Lima (ILSL) no período entre 2017 e 2023, bem como a frequência
de sensibilização aos elementos testados, para identificar alterações devido à
pandemia de COVID-19. Material e Métodos:
Foi realizado um estudo retrospectivo
no ILSL, analisando os registros dos testes realizados de julho de 2017 a junho de
2023. Parâmetros como sexo, idade, atividade profissional, localização das lesões e
sensibilização aos elementos testados da bateria padrão (n=30) e de cosméticos
(n=10) foram avaliados. As reações foram classificadas de acordo com as
recomendações do International Contact Dermatitis Research Group e os dados foram
analisados usando o teste do qui-quadrado. Resultados:
O estudo incluiu 738 indivíduos, sendo 67,9% do sexo feminino, com idade média de 45,4 anos. As regiões
mais afetadas foram mãos (62,45%), pés (45,99%) e braços (26,58%). 75,80%
apresentaram reação positiva a pelo menos uma das 40 substâncias testadas. O
sulfato de níquel foi o elemento mais prevalente (35,91%), seguido por cloreto de
cobalto (24,12%) e timerosol (15,04%). Na análise da bateria de cosméticos,
verificamos maior prevalência de sensibilização ao amerchol L-101 (11,24%),
bronopol (3,79%) e tonsilamida (3,11%). A sensibilização ao amerchol L-101 mostrou-se crescente a partir de 2020 com maior incidência em 2021 e permaneceu elevada
até o final do período avaliado. Conclusão:
O perfil de sensibilização a substâncias
da bateria padrão no ILSL permaneceu semelhante ao observado em estudo anterior.
Entretanto, houve um aumento na sensibilização ao amerchol L-101 no período da
pandemia de COVID-19 o que pode estar associado a mudança de hábitos de higiene
como aumento da frequência de lavagem de mãos e uso de produtos antissépticos
ABSTRACT:
Patch testing is considered the gold standard for the diagnosing allergic
contact dermatitis (ACD) and allows the identification of triggering allergens. Changes
in lifestyle as well as exposure to new sensitizers present in medications, cosmetics,
and other products, may induce changes in the sensitization profile of the population.
Objective:
To investigate the sensitization profile of patients who underwent patchtesting at the Lauro de Souza Lima Institute (ILSL) between 2017 and 2023, and the frequency of sensitization to the elements tested, to identify changes due to the COVID-19 pandemic. Materials and Methods:
A retrospective study was conducted at the ILSL, analyzing medical records of tests performed from July 2017 to June 2023. Parameters such as sex, age, occupation, location of the lesion, and sensitization to the elements of the standard battery (n=30) and the cosmetic battery (n=10) were evaluated. Reactions were classified according to the recommendations of the International Contact Dermatitis Research Group, and the data were analyzed using the chi-squared test. Results:
The study included 738 subjects, 67.9% female, mean age 45.4 years. The most commonly affected areas were the hands (62,4%), feet (46.0%), and arms (26.6%). 75.8% had a positive reaction to at least one of the 40 substances tested. Nickel sulfate was the most prevalent element (35.9%), followed by cobalt chloride (24.1%) and thimerosal (15.0%). Regarding the cosmetic battery, we found a higher prevalence of sensitization to amerchol L-101 (11.2%), bronopol (3.8%), and tonsilamide (3.1%). There was an increasing trend for sensitization to amerchol L-101 from 2020 onwards, reaching a peaking in 2021 and remaining at an elevated level until the end of the evaluated period. Conclusion:
The sensitization profile to the standard series at ILSL remained similar to that observed in a previous study. However, there was an increase in sensitization to amerchol L-101 during the pandemic period, possibly related to changes in hygiene habits such as increased hand washing and the use of antiseptic products