Cad. Saúde Pública (Online); 35 (4), 2019
Publication year: 2019
Resumo:
O objetivo foi identificar os padrões alimentares em crianças e verificar a sua associação com características maternas. Foram estudadas 1.185 crianças de 13 a 35 meses de idade. O consumo alimentar foi investigado por meio do recordatório alimentar de 24 horas e os padrões alimentares identificados pela análise fatorial por componentes principais, seguida de rotação ortogonal varimax. Utilizou-se a modelagem hierarquizada por meio da regressão de Poisson com estimativa robusta da variância para calcular as razões de prevalências. Quatro padrões alimentares foram identificados:
comum brasileiro, lácteo/mingau, saudável e não saudável. A variância explicada por esses fatores foi de 34,3%, sendo que o padrão comum brasileiro foi o que mais contribuiu com a variância proporcional. Destaca-se o padrão lácteo/mingau, em que o leite materno apresentou carga fatorial negativa, apontando para a sua substituição pelos leites de vaca e modificados. Os dados revelam que a caracterização dos padrões alimentares das crianças diverge segundo as características maternas, como a idade, escolaridade e número de filhos. Três dos quatro padrões encontrados são representados por alimentos ricos em amido, gordura saturada e açúcar simples, e pobres em vitaminas, minerais e fibras. Multiparidade, menor escolaridade materna e idade materna menor que 20 anos foram associadas ao menor consumo de alimentos considerados saudáveis e importantes para o desenvolvimento infantil.
Abstract:
This study sought to identify eating patterns among children and to verify their association with maternal characteristics. We studied 1,185 children aged 13 to 35 months. Food consumption was investigated using the 24h dietary recall and the eating patterns were identified using principal components factor analysis, followed by orthogonal varimax rotation. We carried out a hierarchical modeling using poisson regression with robust variance estimates in order to estimate prevalence ratios. We identified four eating patterns:
common Brazilian, dairy/porridge, healthy and unhealthy. The variance explained by these factors was of 34.3% and the common Brazilian pattern was the one that most contributed to proportional variance. We highlight the dairy/porridge pattern, in which breast milk had negative factorial loading, suggesting its substitution by cow and modified milk. The data reveal that the characterization of children's eating patterns diverges according to maternal characteristics, such as age, educational level and number of children. Three of the four patterns we found are represented by foods rich in starch, saturated fat and simple sugar and poor in vitamins, minerals and fibers. Multiparity, lower educational levels and maternal age under 20 years were associated with a lower consumption of foods considered to be healthy and important in child development.
Resumen:
El objetivo fue identificar los estándares alimentarios en niños y verificar su asociación con características maternas. Se estudiaron a 1.185 niños de 13 a 35 meses de edad. El consumo alimentario se investigó mediante un recordatorio alimentario de 24 horas, y los estándares alimentarios se identificaron mediante un análisis factorial por componentes principales, seguidos de una rotación ortogonal varimax. Se utilizó un modelado jerarquizado mediante la regresión de Poisson con estimativa robusta de la variancia para estimar razones de prevalencias. Se identificaron cuatro estándares alimentarios:
brasileño común, lácteo/papillas, saludable y no saludable. La variancia explicada por esos factores fue 34,3%, donde el estándar común brasileño fue el que más contribuyó a la variancia proporcional. Se destaca el estándar lácteo/papilla, donde la leche materna presentó una carga factorial negativa, apuntando su sustitución por leches de vaca y modificadas. Los datos revelan que la caracterización de los estándares alimentarios de los niños diverge según las características maternas, como la edad, escolaridad y número de hijos. Tres de los cuatro estándares encontrados se representan por alimentos ricos en almidón, grasa saturada y azúcar común y pobre en vitaminas, minerales y fibras. Multiparidad, menor escolaridad materna y edad materna inferior a 20 años se asociaron a un menor consumo de alimentos considerados saludables e importantes para el desarrollo infantil.