Inconsciente, linguagem e pensamento
Unconscious, language and thought
Inconsciente, lenguaje y pensamiento
Estilos clín; 23 (3), 2018
Publication year: 2018
Este artigo pretende, a partir da elaboração freudiana a respeito do aparelho psíquico, discutir a noção de pensamento. Fundamentando-se na concepção de inconsciente que se faz presente desde os textos iniciais de Freud, ele tomará como questão tanto a capacidade racional, atribuída ao ser humano, depreendida do "eu penso" cartesiano, quanto o pensamento teórico. Após explicitar que o aparelho psíquico, para Freud, se constitui como aparelho de linguagem e de memória, buscará situar o que costumamos denominar como razão, capacidade cognoscente ou domínio científico de um pensamento como efeitos do inconsciente. Sob esse prisma, destaca-se o fato de Freud, ao desenvolver sua elaboração sobre o "inconsciente", ter como objetivo apresentar uma estrutura particular que precede, abrange e justifica tais capacidades, e não indicar a ausência de consciência e de fenômenos psíquicos. Para tanto, parte-se do pressuposto de que o aparelho de linguagem não coincide com a ideia de um aparelho feito para a linguagem, mas um construído por linguagem - ele não existe sem linguagem e sem ser falante.
This article intends, from the Freudian's elaboration about mental apparatus, to discuss the concept of thought, it means, based on unconscious conception which is present since Freud's earlier works, he has as an issue not only the rational capacity attributed to the human being, deduced from the Cartesian "I think" but also from the theorical thinking. After explaining the mental apparatus work as the same time as language and memory to Freud. We will seek to situate what we call as reason, knowing capacity or scientific domain that comes from the effects of unconscious thought. Based on that, we highlight the fact that when Freud developed his concept of the unconscious, he took it as a mean to present a private structure that precedes, covers and justifies such capacities and don't indicate the lack of conscious and mental phenomenon. To do so, we start from the conception that the language apparatus does not match with the idea of an apparatus constructed to language but constructed by language this apparatus does not exist without language and its speakers.
Este artículo propone, según la elaboración freudiana con respecto del aparato psíquico, discutir la noción de pensamiento. A partir de la concepción de inconsciente presente en los textos iniciales de Freud, se tomará como cuestión tanto la capacidad racional, atribuida al ser humano, inferida del "yo pienso" cartesiano cuanto el pensamiento teórico. Tras explicar que el aparato psíquico, para Freud, se constituye como un aparato de lenguaje y de memoria, se buscará situar lo que solemos denominar como razón, capacidad cognoscente o dominio científico de un pensamiento como efecto del inconsciente. Desde esa perspectiva, se destaca el hecho de que Freud, al desarrollar su noción sobre el "inconsciente", tuvo como objetivo presentar una estructura particular que precede, abarca y justifica tales capacidades, y no apunta la ausencia de consciencia y de fenómenos psíquicos. Para ello, se supone que el aparato de lenguaje no coincide con la idea de un aparato hecho para el lenguaje, pero un aparato construido por lenguaje -él no existe sin lenguaje y sin el ser hablante-.