Você, dona de casa: trabalho, saúde e subjetividade no espaço doméstico
You, housewife: work, health and subjectivity in domestic space
Vós, ama de casa: trabajo, salud y subjetividad en el espacio doméstico

Pesqui. prát. psicossociais; 13 (4), 2018
Publication year: 2018

O trabalho doméstico, remunerado ou não, tem sido historicamente atribuído à mulher, surgindo como encargo específico do papel de gênero feminino e assumindo um caráter de invisibilidade e desvalorização social. Neste artigo, sugerimos um viés de análise que considera a atividade além de sua institucionalização econômica, como ação prática e psíquica, sede de investimentos vitais e de transformação de si e do mundo. Por meio da revisão de literatura, mostramos que o trabalho doméstico apresenta contornos de submissão e permanece vinculado à mulher. Discutimos o trabalho como instituição, passível de ser construído e desconstruído, e relacionamos os afazeres domésticos às atividades rejeitadas que permanecem nos bastidores, acarretando também sua perda de sentido, segundo as perspectivas das clínicas do trabalho.
The housework, remunerated or not, has been historically attributed to women, arising as a specific task of the feminine gender role and taking on a character of invisibility and social devaluation. In this article, we suggest an analysis bias that considers the activity beyond it's economic institutionalization, as a practical and psychic action, focus of vital investments and transformation of oneself and the world. Through the literature review, we show that domestic work presents contours of submission and remains linked to women. We discuss work as an institution, which can be constructed and deconstructed, and we relate the housework to the rejected activities that remain behind the scenes, also leading to their loss of meaning according to the perspectives of the work clinics.
El trabajo doméstico, remunerado o no, ha sido históricamente atribuido a la mujer, surgiendo como encargo específico del papel de género femenino y asumiendo un carácter de invisibilidad y devaluación social. En este artículo, sugerimos una línea de análisis que considera la actividad más allá de su institucionalización económica, como acción práctica y psíquica, sede de inversiones vitales y de transformación de sí y del mundo. Por medio de la revisión de literatura, mostramos que el trabajo doméstico presenta contornos de sumisión y permanece vinculado a la mujer. Discutimos el trabajo como institución, pasible de ser construido y deconstruido, y relacionamos los quehaceres domésticos a las actividades rechazadas que permanecen entre bastidores, acarreando también su pérdida de sentido, según las perspectivas de las clínicas del trabajo.

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