Manifestações oftalmológicas dos pacientes idosos com infecção pelo vírus da imunodeficiência humana
Ophthalmologic manifestations of elderly patients with human immunodeficiency virus infection
Rev. bras. oftalmol; 78 (2), 2019
Publication year: 2019
Resumo Objetivos:
Identificar e descrever as alterações oculares em idosos com HIV ou aids através de exame oftalmológico. Avaliar a associação entre as alterações oculares encontradas e o nível de linfócitos T CD4, tempo da terapia antirretroviral, características demográficas e faixa etária.Métodos:
Série de 40 casos de pacientes idosos com HIV examinados nos serviços de oftalmologia e imunologia do Hospital Universitário Gaffrée e Guinle (HUGG) de janeiro de 2017 a junho de 2018.Foi realizado o seguinte exame oftalmológico:
anamnese, acuidade visual, motilidade ocular, reflexo pupilar, biomicroscopia, tonometria de aplanação e fundoscopia. As análises estatísticas foram realizadas pelo SPSS 20.0.Resultados:
A média de idade dos 40 pacientes foi 64,7 anos (dp: 5,1) e o diagnóstico de infeção pelo HIV foi em média há 16.6 anos (dp:7). A maioria dos pacientes examinados possui visão normal (n=22; 55%) e pressão intraocular normal (entre 11 e 21 mmHg).As principais queixas dos pacientes durante a anamnese foram:
embaçamento visual (50%), redução da acuidade visual (47.5%), prurido ocular (27.5%), lacrimejamento (25%) e ardência (25%). As alterações biomicroscópicas mais frequentes foram catarata (92.5%), seguida de olho seco (32.5%). Na fundoscopia encontrou-se 43,8 % de alterações da vascularização retiniana, 43.8 % de alterações relacionadas ao nervo óptico e 31,3% relacionadas ao pólo posterior da retina.Conclusão:
Alterações oculares foram comuns e podem ser justificadas pela: senilidade, estado inflamatório gerado pela infecção crônica do HIV, efeitos adversos da Terapia antirretroviral prolongada e senescência biológica precoce associada a infecção do HIV.Abstract Objectives:
Identify and describe ocular changes in elderly with HIV or aids through ophthalmological examination. Evaluate the association between ocular alterations and the level of TCD4 lymphocytes, time of antiretroviral therapy, demographic characteristics and age range.Methods:
Case series of 40 elderly patients with HIV infection. The study was carried out at the ophthalmology and immunology outpatient clinics of the Gaffrée and Guinle University Hospital (HUGG) from january 2017 to june 2018.The patients were attended at the ophthalmology clinic and underwent a ophthalmological exam including:
anamnesis, visual acuity, ocular motility, pupillary reflex, biomicroscopy, aplanation tonometry and fundoscopy. Statistical analyses were performed using SPSS 20.0.Results:
The average of the 40 patients was 64.7 years (sd: 5.1), aged between 60 and 78 years, and the average time of HIV infection was 16.6 years (sd: 7 years). Most of the patients examined had normal vision (55%) and normal intraocular pressure (between 11 and 21 mmHg). The main complaints of patients during anamnesis were visual blurring (50%), visual acuity reduction (47.5%), ocular itchiness (27.5%), tearing (25%) and burning (25%).The most frequent changes in biomicroscopy were:
cataract (92.5%) and dry eye (32.5%). Funduscopy found 43.8% of retinal vascularization alterations, 43.8% of alterations related to the optic nerve and 31.3% related to retinal posterior pole.Conclusion:
Ocular changes were common and can be explained by senility, inflamatory changes caused by chronic HIV infection, adverse effects of antiretroviral therapy and early biological ageing associated to HIV infection.
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