O autor estudou a atividade sérica enzimática da ornitina carbamil - transferase (OCT-S) em nosso meio, para o diagnóstico das hepatopatías. Procurou também fazer uma avaliaçäo comparativa do valor desta enzima com as transaminases glutâmico-oxaloacética e glutâmico pirúvica. A OCT foi escolhida por ser uma enzima do ciclo da ureogênse e, portanto, presumivelmente, muito específica do fígado. Foram selecionados 200 indivíduos, divididos e distribuídos igualmente em quatro grupos: normais, näo-hepatopatas, hepatopatas agudos e hepatopatas crônicos. Os resultados levam-nos a acreditar que a OCT é altamente específica para indicar lesäo aguda do hepatócito e menos sensível que as transaminases no diagnóstico das hepatopatias. A ornitina carbamil-transferase (OCT-S) é uma enzima que, por fazer parte do ciclo da uréia, é encontrada quase que exclusivamente no fígado. Desta forma, as elevaçöes das atividades séricas desta enzima devem traduzir, com grande especificidade, lesöes do hepatócito, especialmente as do tipo agudo, como foi verificado inicialmente por Reichard, em 1958, na Suécia20. Na determinaçäo das atividades séricas enzimáticas, dois fatores säo importantes para que seu uso seja útil no diagnóstico clínico: a. que a enzima seja sensível, ou seja, que seu nível de atividade sérica apresente alteraçöes significativas como conseqüencia de condiçöes patológicas que atingem órgäos ricos nesta mesma enzima. b. que ela seja tanto quanto possível específica para determinado órgäo. Por isso, em geral, usa-se a determinaçäo da atividade sérica enzimática de mais de uma enzima para se ter a indicaçäo segura do órgäo afetado