Custos adicionais da pessoa com deficiência física – São Paulo e Brasil
Additional costs of living for people with physical disabilities – São Paulo and Brazil

J. bras. econ. saúde (Impr.); 11 (1), 2019
Publication year: 2019

Objetivo:

Calcular os custos adicionais da pessoa com deficiência física e investigar o seu impacto na renda familiar.

Métodos:

Seguindo a Classificação Internacional de Funcionalidade, identificaram-se quatro perfis de deficiência com graus diferentes de severidade quanto à mobilidade dos membros inferiores e superiores. Foi construída uma matriz de necessidades para estimar os custos adicionais, seguindo o Método de Padrão Orçamentário, a partir de grupos focais. Dados foram coletados em 2013. Utilizou-se o salário mínimo nacional de 2015 (R$ 816,52) para estimar os custos.

Resultados:

Os custos adicionais variaram de 2 a 14 vezes o salário mínimo nacional. O perfil de menor custo adicional foi o 2, seguido do 1, 3 e 4. O perfil 4 foi o de maior custo adicional devido à grande incapacidade das pessoas. Há exigência de alta intensidade de assistência pessoal e de oferta de equipamentos. Na assistência pessoal, calculou-se o trabalho dos cuidadores dividindo-o por um período de 2, 4, 8 e 24 horas, para São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Paraná e Brasil. Os custos com assistência pessoal são relevantes no total dos custos e variam conforme a região.

Conclusões:

Demonstrou-se que há um custo adicional para as pessoas com deficiência física em todos os perfis. Há risco de empobrecimento porque esses custos absorvem a renda dessas pessoas e de sua família, a qual não pode gastar em outros serviços. A renda pode ser, assim, insuficiente para as necessidades primordiais, ficando clara a necessidade de políticas públicas para prover serviços necessários ou benefícios financeiros.

Objective:

To calculate the additional costs of living for people with physical disabilities and to investigate their impact on family income.

Methods:

We identified four profiles of deficiency with different grades of severity, according to the International Classification of Functioning, Disability and Health. They were related to the extent of mobility of upper and lower limbs. Additional costs were evaluated through focal groups following the Budgetary Pattern Method. We also set up a matrix to express the additional costs. Data were collected in 2013. The national minimum wage from 2015 (R$ 816,52) was considered to estimate the proportional costs.

Results:

Additional costs fluctuated between 2 to 14 times the national minimum wage. The profile with the minor additional cost was 2, succeeded by 1, 3 and 4. Profile 4 showed the highest additional cost since people with physical disabilities need huge intensity of personal assistance and equipment supply. In personal assistance, we calculated the work of caregivers by sharing it into 2, 4, 8 and 24 hours/day. Costs with personal assistance diversify amongst São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Paraná and Brazil due to distinct minimum wage.

Conclusions:

This research showed the presence of an additional cost for people with physical disabilities in all profiles. There is a risk of impoverishment with sacrifice in family’s income since they cannot waste in other domestic services. Thus, it is clear that there is a strong need of public policies to underpin these families with more health services or financial benefit.

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