Reconstrução labial após ressecção de tumores
Lip reconstruction after tumor resection

Rev. bras. cir. plást; 30 (2), 2015
Publication year: 2015

Introdução:

O interesse antigo na reconstrução dos defeitos labiais pode ser explicado pela sua localização e pela singularidade da sua anatomia. Assim, o objetivo deste trabalho é discutir as melhores alternativas para a reconstrução labial.

Métodos:

Foi realizada uma análise retrospectiva de 50 casos submetidos à reconstrução primária dos lábios superior e inferior com o emprego de retalhos locais, no período de janeiro de 2000 a janeiro de 2014.

Os defeitos foram divididos quanto à sua localização e quanto ao tamanho:

defeitos que acometem até 1/3 do lábio e mais de 1/3 do lábio. O período de acompanhamento pós-operatório variou de 2 meses a 3 anos.

Resultados:

A idade dos pacientes variou entre 22 e 91 anos. A maior incidência foi na 7ª década de vida. Dentre as 50 reconstruções realizadas, 33 foram no lábio inferior (66%) e 17 no lábio superior (34%). Para defeitos pequenos, de até 1/3 do lábio, empregou-se a sutura simples (23 casos). Os demais 27 casos, cujos defeitos eram maiores que 1/3 do lábio, exigiram procedimentos com graus variáveis de complexidade.

Conclusões:

Para a reparação dos defeitos de até 1/3 do lábio inferior, a sutura direta é a melhor opção. Para a reconstrução de defeitos maiores que 1/3 do lábio inferior, devemos optar pelos retalhos de Gillies e Karapandzic, pois são confiáveis e capazes de restaurar a função labial. No caso de defeitos maiores que 50% do lábio, devemos evitar as técnicas de Gillies e Karapandzic, a fim de evitar a microstomia.

Introduction:

Reconstruction of lip defects is popular owing to lip location and its anatomy. Thus, the objective of this work was to discuss the best options available for lip reconstruction.

Methods:

This retrospective study included 50 patients who had undergone primary upper and lower lip reconstruction using local flaps, between January 2000 and January 2014.

The defects were divided according to their location and size:

defects affecting up to 1/3 of the lip and affecting more than 1/3 of the lip. The postoperative follow-up varied from 2 months to 3 years.

Results:

Patient age ranged from 22 to 91 years. Most patients were in their seventies. Of the 50 reconstructions performed, 33 were in the lower lip (66%) and 17 in the upper lip (34%). For small defects affecting up to 1/3 of the lip, simple sutures were used (23 cases). The other 27 cases, in which more than 1/3 of the lip was affected, required interventions of different complexities.

Conclusion:

When repairing defects up to 1/3 of the lower lip, the direct suture is the most suitable option. For defects affecting more than 1/3 of the lower lip, the Gillies and the Karapandzic flaps should be chosen instead, as they are reliable and allow the reestablishment of lip functionality. For defects affecting >50% of the lip, and the Gillies and the Karapandzic flaps should not be considered, specifically to avoid microstomia.

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