Luce Irigaray e a psicanálise: uma crítica feminista
Luce Irigaray and psychoanalysis: a feminist critique
Gerais (Univ. Fed. Juiz Fora); 12 (2), 2019
Publication year: 2019
Este trabalho visa expor o debate que Luce Irigaray trava com a Psicanálise. Inicialmente, contextualiza sua obra no
universo feminista. Irigaray compõe a vertente francesa que, nos anos 1970, dava destaque especial à linguagem. A
autora defende que os desenvolvimentos freudianos referentes ao complexo de Édipo tomam o patriarcado como base
e se edificam aos moldes falogocêntricos, a ser ratificado pela tendência estruturalista que fundamenta os preceitos do
simbólico de Lacan – nessa conjuntura, a mulher não tem representação própria, sendo acomodada aos parâmetros
masculinos que a inferiorizam. Como forma de reverter tal cenário, Irigaray propõe estratégias como a reconfiguração
da relação mãe-filha e intervenções na linguagem, o que permitiria a fundação de uma escrita transgressiva a inscrever
discursivamente o gozo feminino não refreável pelas balizas fálicas.
This paper aims to present the debate between Luce Irigaray and psychoanalysis. Initially, it contextualizes her work
within the feminist field. Irigaray composes its French strand that, in the 1970s, gave prominence to language. She
argues that the Freudian developments about Oedipus complex is based on patriarchy and are set up through
phallogocentric resolutions, which would be ratified by the structuralist strand that underlies the Lacan’s precepts of
the Symbolic – in this conjuncture, the woman does not have its own representation, as she adapts to the male
parameters that make her inferior. To disturb such situation, Irigaray proposes some strategies, such as the
reconfiguration of the mother-daughter relation and interventions in language, which would make possible a
transgressive writing type that would discursively inscribe female jouissance, which is not guided by the phallic
parameters.