Distúrb. comun; 31 (2), 2019
Publication year: 2019
Introdução:
Estudos recentes na área da Fonoaudiologia vêm considerando a velhice, para além de
aspectos orgânicos, a partir da participação social e da autonomia da pessoa idosa. Nesse sentido, cabe
ressaltar o papel da linguagem, concebida como atividade dialógica, na promoção do envelhecimento
ativo, a qual depende da possibilidade de escutar e de ser escutado. Objetivo:
Investigar a autopercepção de idosos a respeito de suas condições auditivas, de sua escuta e de suas estratégias de comunicação. Método:
Tendo em vista a análise dialógica do discurso, foi realizada uma entrevista semiestruturada com sete idosos, com e sem perda auditiva, participantes de uma Oficina da Linguagem que ocorreu em uma Universidade localizada no Sul do Brasil, durante o ano de 2016. Resultados:
Os enunciados produzidos pelos participantes evidenciam que os idosos fazem uso de estratégias para ouvir melhor, tais como aproximar-se do falante, olhar de frente e prestar atenção no outro. No que diz respeito à autopercepção da escuta, alguns idosos relacionam o fato de não ouvirem às experiências negativas na infância e aos seus anos na escola. Conclusão:
A possibilidade ou dificuldade para escutar, na percepção dos participantes, distancia-se de explicações de caráter orgânico e indica a importância da valorização e do acolhimento à palavra singular do outro. Assim, essa percepção pode servir de referência a outros profissionais que trabalham com idosos, para que possam atuar, considerando cada idoso como único e suas produções discursivas como singulares. Essa mudança de olhar pode favorecer a autonomia, a qualidade de vida e a inserção social dessa parcela da população.
Introduction:
Recent studies in the area of Speech Language Therapy have considered aging in addition to organic aspects, based on social participation and autonomy of the elderly person. In this sense, it is necessary to emphasize the role of language, conceived as a dialogic activity, in the promotion of active aging, which depends on the possibility of listening and being listened to. Objective:
To investigate the self-perception of the elderly regarding their hearing conditions, their listening and their communication strategies. Method:
Based on the dialogical analysis of the discourse, a semi-structured interview was conducted with seven elderly people, with and without hearing loss, participants of a Language Workshop that took place in a University located in Southern Brazil during the year 2016. Results:
The statements produced by the participants show that the elderly use strategies for better listening, such as getting closer to the speaker, looking straight ahead and paying attention to the other. Regarding the self-perception of listening, some elderly people relate the fact that they do not listen to negative experiences in childhood and their years at school. Conclusion:
The possibility or difficulty to listen, in the participants’ perception, distances itself from explanations of organic character and indicates the importance of valorization and acceptance to the singular word of the other. Thus, this perception can serve as a reference to other professionals who work with the elderly, so that they can act, considering each elderly and their discursive productions as unique. This change of look can favor the autonomy, the quality of life and the social insertion of this part of the population.
Introducción:
Estudios recientes en el área de la Fonoaudiología vienen considerando la vejez, además de aspectos orgánicos, a partir de la participación social y de la autonomía de la persona mayor. En este sentido, cabe resaltar el papel del lenguaje, concebido como actividad dialógica, en la promoción del envejecimiento activo, la cual depende de la posibilidad de escuchar y de ser escuchado. Objetivo:
Investigar la autopercepción de ancianos acerca de sus condiciones auditivas, de su escucha y de sus estrategias de comunicación. Método:
En vista del análisis dialógico del discurso, se realizó una entrevista semiestructurada con siete ancianos, con y sin pérdida auditiva, participantes de un Taller del
Lenguaje que ocurrió en una Universidad ubicada en el Sur de Brasil, durante el año 2016. Resultados:
Los enunciados producidos por los participantes evidencian que los ancianos hacen uso de estrategias
para oír mejor, tales como acercarse al hablante, mirar de frente y prestar atención al otro. En lo que se
refiere a la autopercepción de la escucha, algunos ancianos relacionan el hecho de no oír a las experiencias negativas en la infancia ya sus años en la escuela. Conclusión:
La posibilidad o dificultad para escuchar, en la percepción de los participantes, se aleja de explicaciones de carácter orgánico e indica la importancia de la valorización y de la acogida a la palabra singular del otro. Así, esa percepción puede servir de referencia a otros profesionales que trabajan con ancianos, para que puedan actuar, considerando cada anciano como único y sus producciones discursivas como singulares. Este cambio de mirada puede favorecer la autonomía, la calidad de vida y la inserción social de esa parte de la población.