Intervenção não farmacológica em fatores de risco de forma individual
Non-pharmacological intervention in individual risk factors
Rev. Soc. Cardiol. Estado de Säo Paulo; 29 (2), 2019
Publication year: 2019
Mudanças no estilo de vida associadas ao comportamento sedentário, maus hábitos alimentares e exposição a condições estressantes têm aumentado a suscetibilidade para desenvolvimento de doenças cardiovasculares (DCV’s). Neste sentido, atribui-se à inatividade física grande parte do risco de desenvolvimento de doenças que acometem indivíduos de diversas faixas etárias. Em contrapartida, é consenso que a vida fisicamente ativa é essencial para a manutenção da saúde cardiovascular. De fato, a prática de exercícios tem se mostrado efetiva tanto no ponto de vista preventivo quanto terapêutico, caracterizando-se como uma abordagem essencial no manejo de condições e fatores de risco associados às DCV’s como obesidade, diabetes e dislipidemia, exercendo ainda efeitos positivos sobre diferentes comportamentos relacionados a hábitos de vida inadequados, como má alimentação, tabagismo, alcoolismo e estresse. Na perspectiva da psicologia, o estresse manifesta-se em processos cognitivos, emocionais, comportamentais, sociais e psicofisiológicos favorecendo o desenvolvimento das DCV’s, as quais podem produzir sentimento de insegurança, ansiedade e medo, que podem levar a comportamentos pouco
funcionais como fumar e comer em excesso. Neste artigo, revisamos o papel do sedentarismo e de alterações psicológicas nas DCV’s, assim como destacamos evidências para a adoção de
abordagens preventivas e terapêuticas de manejo destes importantes fatores de risco
Lifestyle changes associated with sedentary behavior, unhealthy eating habits and exposure to stressful conditions have increased cardiovascular disease (CVD's) susceptibility. In this regard, the risk of developing diseases that affect individuals of different age groups can be largely attributed to physical inactivity. Conversely, the general consensus is that a physically active life is essential for maintaining cardiovascular health. In fact, exercising has proven effective from both the preventive and therapeutic perspective, characterizing a key approach in the management of conditions and risk factors associated with CVD's, such as obesity, diabetes and dyslipidemia. Moreover, this approach also has positive effects on different behaviors related to inappropriate lifestyle habits, such as an
unhealthy diet, smoking, alcoholism and stress. From the psychological perspective, stress manifests in cognitive, emotional, behavioral, social and psychophysiological processes, contributing to the development of CVD's which can produce feelings of insecurity, anxiety and fear, which in turn can lead to dysfunctional health behaviors such as smoking and overeating. In this article, we review
the role of a sedentary lifestyle and psychological alterations in CVD's, highlighting evidence in favor
of the adoption of preventive and therapeutic approaches to manage these important risk factors