Interrupções no trabalho da enfermagem como fator de risco para erros de medicação

Av. enferm; 37 (1), 2019
Publication year: 2019

Resumo Objetivo:

Verificar a associação entre as interrupções e os erros de medicação nas doses preparadas e administradas por profissionais de enfermagem das unidades de internação de clínica médica de dois hospitais públicos localizados no Distrito Federal, Brasil.

Metodologia:

Estudo exploratório, de delineamento transversal e caráter quantitativo realizado em dois hospitais públicos no Distrito Federal, Brasil. A amostra foi de conveniência, sendo 8 profissionais do Hospital 1 e 18 profissionais do Hospital 2. Os dados foram coletados a partir de observação direta e aplicação de questionário e instrumento para identificação dos fatores de risco para erros de medicação. Foram considerados significativos os resultados com valores de p < 0,05 e o índice de confiança estabelecido foi de 95 %.

Resultados:

Em ambos os hospitais verificou-se um perfil majoritariamente de técnicos de enfermagem (H1 = 100 %; H2 = 94,4 %), do sexo feminino (H1 = 75,0 %; H2 = 88,1 %), com idade superior aos 30 anos (H1 = 75,0 %; H2 = 61,0 %). Foram observadas 899 doses no Hospital 1 e Hospital 2, que resultaram em 921 e 648 erros respectivamente, dos quais 464 (53,6 %) no Hospital 1 e 118 (24,4 %) no Hospital 2 estiveram diretamente relacionados à presença de interrupções no trabalho. Cada dose observada sofreu aproximadamente 1,7 erros e percebeu-se uma frequência de aproximadamente 26 (H1) e 16,2 (H2) erros por hora.

Conclusões:

Verifica-se uma forte associação entre as interrupções no trabalho da equipe de enfermagem e os erros de medicação nas unidades de internação estudadas, caracterizando as interrupções como importante fator de risco.

Resumen Objetivo:

Verificar la asociación entre las interrupciones y los errores de medicación en dosis preparadas y administradas por profesionales de enfermería en unidades de internación de clínica médica de dos hospitales públicos en el Distrito Federal, Brasil.

Metodología:

Estudio exploratorio, de delineamiento transversal y carácter cuantitativo realizado en dos hospitales públicos en el Distrito Federal, Brasil. La muestra fue por conveniencia, siendo ocho profesionales en el Hospital 1 y 18 profesionales en el Hospital 2. Los datos fueron recolectados a partir de observación directa y aplicación de cuestionario e instrumento para identificación de los factores de riesgo para errores de medicación. Fueron considerados significativos los resultados con valores de p < 0,05 y el índice de confianza establecido fue del 95%.

Resultados:

En ambos hospitales se verificó un perfil mayoritariamente de técnicos de enfermería (H1=-100%, H2 = 94,4 %), de sexo femenino (H1 = 75,0 %, H2 = 88,1 %) y edad superior a los 30 años (H1 = 75,0 %, H2 = 61,0 %). Se observaron 899 dosis en H1 y H2, que resultaron en 921 y 648 errores respectivamente, de los cuales 464 (53,6 %) en el H1 y 118 (24,4 %) en el H2 estuvieron directamente relacionados con interrupciones en el trabajo. Cada dosis observada sufrió aproximadamente 1,7 errores y se verificó cerca de 26 (H1) y 16,2 (H2) errores por hora.

Conclusiones:

Se observa una fuerte asociación entre las interrupciones en el trabajo del equipo de enfermería y los errores de medicación en las unidades de internación estudiadas, caracterizando las interrupciones como importante factor de riesgo.

Abstract Objective:

To verify the association between interruptions and errors of medication in doses prepared and administered by nursing professionals in inpatient units of medical clinic of two public hospitals in Distrito Federal, Brazil.

Methodology:

Exploratory study, of transverse delineation and quantitative character, performed in two public hospitals in Distrito Federal, Brazil. The sample was by convenience, being eight professionals at the Hospital 1 and eighteen professionals at the Hospital 2. Data were collected from direct observation and application of questionnaire and instrument for identifying the factors of risk for medication errors. There were considered significant results with values of p < 0.05 and established confidence index was 95 %.

Results:

In both hospitals it was verified a profile mostly of nursing technicians (H1 = 100 %; H2 = 94.4 %), female (H1 = 75 %; H2 = 88.1 %) and older than 30 years old (H1 = 75 %; H2 = 61 %). There were observed 899 dose in H1 and H2, resulting in 921 and 648 errors respectively, of which 464 (53.6 %) in the H1 and 118 (24.4 %) in the H2 were directly related to interruptions at work. Each observed dose suffered approximately 1,7 errors and there were about 26 (H1) and 16.2 (H2) errors per hour.

Conclusion:

There is a strong association between interruptions in the work of the nursing team and errors of medication in the inpatient units studied, characterizing the interruptions as an important factor of risk.

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