Era uma vez uma história sem história: pensando o ser mulher no Nordeste
It was once a history without history: thinking of being a woman in the Northeast
Una contra historia sin historia: pensando o siendo mujer en el Nordeste

Pesqui. prát. psicossociais; 14 (2), 2019
Publication year: 2019

O presente artigo objetiva refletir acerca do ser mulher no Nordeste como uma condição histórica. Para tanto, utilizaremos trechos de depoimentos de mulheres para subsidiar nossa reflexão sobre a marca da historicidade na construção do ser mulher em nossa sociedade atualmente. Tais trechos de fala são frutos de uma pesquisa com três mulheres sobreviventes de tentativa de homicídio por parte de seus parceiros. Esses depoimentos foram gravados, transcritos e obtidos em uma entrevista semiestruturada, com uma pergunta que versava sobre o relato dessas mulheres de terem sobrevivido a um crime de violência contra a mulher. Percebemos um enraizamento cultural produzido pela hegemonia histórica do patriarcado como lógica de entendimento social sobre os papéis do feminino e do masculino, o qual escreve nos nossos imaginários uma subjetividade do ser mulher e ser homem socialmente.
The present article aims to reflect on being a woman in the northeast as a historical condition. To do so, we will use excerpts from women's testimonies to support our reflection on the brand of historicity in the construction of being a woman in our society today. Such speech snippets are the fruit of a survey of three surviving women attempting to murder their partners. These testimonies were recorded, transcribed and obtained in a semi-structured interview, with a question that related to the report of these women having survived a crime of violence against women. We perceive a cultural rootedness produced by the historical hegemony of patriarchy as a logic of social understanding about the roles of the feminine and the masculine, which writes in our imaginaries a subjectivity of being a woman and being a man socially.
El presente artículo objetiva reflexionar acerca de la ser mujer en el noreste como una condición histórica. Para ello, utilizaremos fragmentos de testimonios de mujeres para subsidiar nuestra reflexión sobre la marca de la historicidad en la construcción del ser mujer en nuestra sociedad actualmente. Tales extractos de habla son fruto de una investigación con tres mujeres sobrevivientes de un intento de homicidio de sus parejas. Estos testimonios fueron grabados, transcritos y fueron obtenidos en una entrevista semiestructurada, con una pregunta que versaba sobre el relato de esas mujeres de haber sobrevivido a un crimen de violencia contra la mujer. Se percibe un enraizamiento cultural producido por la hegemonía histórica del patriarcado como lógica de entendimiento social sobre los papeles del femenino y del masculino, el cual escribe en nuestros imaginarios una subjetividad del ser mujer y ser hombre socialmente.

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