Rev. bras. ter. intensiva; 31 (2), 2019
Publication year: 2019
RESUMO Objetivo:
Analisar a satisfação, a compreensão e os sintomas de ansiedade e depressão em familiares de pacientes admitidos na unidade de terapia intensiva. Métodos:
O familiar do paciente com tempo de internação ≥ 72 horas foi convidado a participar do estudo, realizado em um hospital público. Foram respondidos questionários para avaliar a compreensão do diagnóstico, do tratamento e do prognóstico, e o suporte recebido na unidade de terapia intensiva. Também foram avaliadas as necessidades da família por meio da versão modificada do Critical Care Family Needs Inventory (CCFNI) e foi aplicada a Hospital Anxiety and Depression Scale (HADS), para avaliar os sintomas de ansiedade e depressão. Resultados:
Foram entrevistados 35 familiares em sua primeira semana de permanência na unidade de terapia intensiva. A maioria dos pacientes (57,1%) era do sexo masculino, com 54 ± 19 anos de idade. A sepse foi o principal motivo da internação na unidade de terapia intensiva (40%); a mediana do Simplified Acute Physiology Score (SAPS) 3 foi de 68 (48 - 77) e 51,4% faleceram na unidade de terapia intensiva. A maioria dos familiares era do sexo feminino (74,3%), filhos ou filhas dos pacientes (54,3%), com idade de 43,2 ± 14 anos. Foi observado que 77,1% dos familiares encontravam-se satisfeitos com a unidade de terapia intensiva. A incompreensão do prognóstico foi observada em 37,1% dos familiares. As informações claras e completas recebidas na unidade de terapia intensiva e o médico ser acessível tiveram correlação significativa com a satisfação geral da família. Foi grande a prevalência dos sintomas de ansiedade (60%) e depressão em (54,3%) nos familiares. Conclusão:
O sofrimento emocional dos familiares é grande durante a internação do paciente na unidade de terapia intensiva, embora a satisfação seja alta. As informações claras e completas dadas pelo intensivista e o suporte recebido na unidade de terapia intensiva têm correlação significativa com a satisfação dos familiares em um hospital público.
ABSTRACT Objective:
To analyze the satisfaction, medical situation understanding and symptoms of anxiety and depression in family members of patients admitted to the intensive care unit. Methods:
The family members of patients who were hospitalized for ≥ 72 hours were invited to participate in the study, which was performed in a public hospital. Questionnaires were answered to assess the understanding of the diagnosis, treatment and prognosis, and the support received in the intensive care unit. The family needs were also evaluated using a modified version of the Critical Care Family Needs Inventory (CCFNI). The Hospital Anxiety and Depression Scale (HADS) was used to assess the symptoms of anxiety and depression. Results:
A total of 35 family members were interviewed within the patients' first week of stay in the intensive care unit. Most patients (57.1%) were male, aged 54 ± 19 years. Sepsis was the main reason for admission to the intensive care unit (40%); the median of the Simplified Acute Physiology Score (SAPS) 3 was 68 (48 - 77), and 51.4% of the patients died in the intensive care unit. The majority of the family members were female (74.3%) and were sons or daughters of patients (54.3%), with a mean age of 43.2 ± 14 years. Overall, 77.1% of the family members were satisfied with the intensive care unit. A total of 37.1% of the family members did not understand the prognosis. Receiving clear and complete information in the intensive care unit and the doctor being accessible were factors that were significantly correlated with the overall family satisfaction. The prevalence of symptoms of anxiety (60%) and depression (54.3%) in the family members was high. Conclusion:
The emotional distress of family members is high during a patient's hospitalization in the intensive care unit, although satisfaction is also high. Clear and complete information provided by the intensivist and the support received in the intensive care unit are significantly correlated with the satisfaction of family members in a public hospital.